Você tem medo de que?
Sustentabilidade

Você tem medo de que?


É quase impossível ler o jornal hoje e não entrar em depressão.
Em São Paulo os latrocínios (roubos seguidos por morte) cresceram 82% de um ano pro outro, no Rio o 2o. ciclista é morto atropelado por um ônibus em menos de 1 semana, a dentista queimada viva, sem contar com os inúmeros casos de assassinos confessos, respondendo pelo crime em liberdade.
No meio de tudo isso, ontem, feriado do dia do trabalho, o Data Folha fez 30 anos e refez a pergunta de sua primeira pesquisa: qual o maior medo do paulistano?
Em 1983, ano de início dos trabalhos do Instituto, o medo era a inflação, hoje é de que alguém da família se envolva com drogas.
Tá certo que ter um filho, irmão, sobrinho ou parente dependente é um drama, mas hoje é mais fácil levar um tiro após um assalto em São Paulo do que experimentar uma pedra de crack.
Medo e gosto não se discutem. Cada um tem os seus. Um não gosta de avião, outro não consegue aprender a nadar... mas, me parece que ou tem algo de errado nessa pesquisa, ou as pessoas que responderam não leem.
O mesmo instituto há uma semana divulgou dados de outra pesquisa que diz que 93% é a favor da redução da idade penal.
O problema nesse país é que a incoerência e impunidade andam de mãos dadas e na hora que leio dados como esses vejo que a culpa, ou responsabilidade, não é só dos governantes, mas nossa, a população que pensa errado e não faz nada.
De que adianta diminuir a maioridade penal de 18 para 16 anos se um assassino de 16, 17, 20 ou 80 anos de idade responde pelo crime em liberdade e muitas vezes, quando julgado e condenado, tem a pena reduzida em 1/3?
De que adianta mandar milhões de meninos pra cadeia, por trabalharem como avião pro tráfico; muitas vezes pra conseguir sustentar o próprio vício; se o chefe deles anda de carrão e mora nos jardins?
De que adianta ter medo do seu filho usar droga se ele não pode sair na rua com segurança?
A discussão não deveria ser redução de maioridade penal, deveríamos estar na rua, mostrando nossa indignação com a justiça, com as leis e o modo como são empregadas.
Não é possível que um moleque que passa maconha seja preso e o outro que mata não.
Está tudo errado!
O meu medo é continuarmos assim, na inércia, deixando que nosso país, mesmo com emprego pleno, tenha índices de violência de guerra.
O meu medo é perder o orgulho que tenho em ser brasileira e digo: falta muito pouco pra que isso aconteça!




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