Era para ter saído uma declaração forte, mas na manhã desta sexta-feira, na reunião plenária que começou com duas horas de atraso, o presidente Lula pediu a palavra e desabafou. "Se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá nesse plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora, não sei”, disse Lula.
Falando de improviso, o presidente Lula relembrou que os países que enriqueceram emitindo gases que provocam o efeito estufa têm mais responsabilidades.
Mas que para fechar um acordo, o Brasil estaria disposto a fazer uma concessão. "O que nós precisamos, e vou dizer a público uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países”. (...)
Em seguida, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ocupou a mesma tribuna. E fez um discurso que pode marcar o fim da lua de mel dele com a opinião pública mundial.
Os americanos, que apresentam a menor proposta de redução de gases entre os ricos, e que são os maiores emissores, junto com a China, não cederam um milímetro.
Obama disse que os americanos vão ajudar a financiar a adaptação dos pobres, mas se, e apenas se, todas as condições impostas por eles forem seguidas.
O presidente americano, Barack Obama, classificou o encontro com líderes mundiais como "sem precedentes", mas admitiu que ainda não é suficiente para resolver o problema.
Passadas mais de quatro horas do horário oficial de encerramento da Conferência do Clima da ONU em Copenhague, e depois de uma exaustiva rodada de negociações entre os governantes mais poderosos do planeta, Obama declarou que um consenso havia sido finalmente alcançado -- mas reconheceu o fato de ser limitado e não vinculante [com força de lei].
Obama disse à imprensa que um acordo vinculante será "muito duro" e levará tempo para ser negociado, observando que o progresso alcançado na cúpula do clima em Copenhague "não foi suficiente".
A conversação incluiu um compromisso de tomar uma decisão sobre as metas de redução das emissões até 2020 até o mês de janeiro, segundo informações de um diplomata europeu.