Sustentabilidade
Sacolinhas biodegradáveis não se biodegradam como esperado
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo realizou um estudo para verificar a capacidade de biodegradação de quatro diferentes tipos de sacolas plásticas de supermercado.
Algumas dessas sacolas são vendidas em supermercados como sendo "degradáveis" ou "biodegradáveis".
Os testes mostram a porcentagem que cada material biodegradou durante um período de 28 dias.
Medição da biodegradabilidade
O teste consistiu em mergulhar os diferentes tipos de embalagens em uma solução mineral, para que elas sejam consumidas por microrganismos naturais, retirados da natureza (solo, lago, lodo), simulando com maior intensidade o que pode acontecer no meio ambiente.
Assim, as sacolinhas são a única substancia orgânica fonte de alimento para essas bactérias.
Os resultados de biodegradação foram os seguintes, para o período de teste avaliado (28 dias):
- sacola de papel - 40%;
- sacolinha de plástico comum - 30%;
- sacola de amido de milho - 15%;
- sacola oxidegradável (que recebem aditivos para se degradarem mais rápido) - 2%.
Biodegradação difícil
Segundo o IPT, de modo geral, nenhuma das sacolinhas analisadas pode ser considerada como de fácil biodegradação, isto é, não serão degradadas rapidamente na natureza.
Segundo as normas técnicas, biodegradável é todo material cujo conteúdo orgânico se transforma em água e gás carbônico (mínimo 60%), em até 28 dias.
A biodegradação leva à formação de dióxido de carbono (CO2), água e biomassa. A porcentagem de CO2 gerado pelo material estudado, em relação ao total de CO2 teoricamente esperado para a completa oxidação do conteúdo de carbono da amostra (CO2 - teórico), informa se a sacola é biodegradável ou biorresistente, determinada nessa metodologia por 28 dias.
Material compostável, por sua vez, é o material que se biodegrada e gera húmus com ausência de metais pesados e substâncias nocivas ao meio ambiente, permitindo a germinação e o desenvolvimento normal de plantas.
Composição química das sacolinhas
O IPT analisou também a composição química das quatro sacolas plásticas avaliadas.
Por meio desta técnica, foi identificado que as sacolas "oxidegradável" e "convencional" são constituídas de polietileno, um dos plásticos mais comuns em vários tipos de aplicação.
Na sacola de "amido" foi identificada a presença de um constituinte polimérico quimicamente diferente das outras duas citadas, um polímero do tipo poliéster, que inclui produtos químicos presentes nas plantas.
Segundo o IPT, ainda não é possível avaliar a origem do material polimérico, se ele é proveniente de uma fonte renovável ou não.
Além disso, as técnicas empregadas não permitem identificar a presença de possíveis aditivos nas sacolas, como os oxidegradáveis.
Via: Portal Inovação Tecnológica
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