Sustentabilidade

Ruim pra eles, pior pra nós

Há algum tempo, estava caminhando pena ONG onde trabalho como educadora voluntária, quando vi um menino de uns 10 anos azucrinando um gatinho.

Ele pegou o bicho pelo rabo e sem dó, o rodopiou pelo ar e o jogou contra uma parede.

A cena me chocou e me fez na hora intervir, chamando o menino num canto e levando o pobre gatinho ao veterinário.

O que mais me impressionou foi o que veio a seguir; a psicóloga responsável pela ONG, viu o fato, como um caso de extrema importância e começou ali um trabalho não só com o menino responsável, mas como com toda sua classe. Foram dias de papo, de ensinamento e de exercícios de respeito ao próximo, mesmo que este seja um bichinho. A classe (que logicamente nunca soube o por que da abordagem coletiva) adotou o gatinho agredido e passou a cuidar dele.

A dinâmica nunca me saiu da cabeça e na semana passada, quando li o artigo sobre o livro "Maus tratos a animais e agressões à pessoas", do capitão Marcelo Robis Nassaro da PM Ambiental, entendi a razão e necessidade de tudo aquilo.

O autor analisou uma a uma as 643 autuações no Estado de São Paulo, entre 2010 e 2012 por maus-tratos a animais para seu mestrado em Ciências de Segurança e Ordem Pública, defendido em março.

“Dos 643 autuados entre 2010 e 2012 por maus-tratos a animais, 204 têm outros registros criminais e praticaram um total de 595 crimes.” Entre esses, um número alto envolve violência – são 110 lesões corporais, 42 portes ilegais de armas, 21 homicídios ou tentativas, 14 ameaças e 12 roubos."

Quem tem propensão à violência pode praticá-la tanto contra humanos como contra animais.

Nassaro inspirou-se em um estudo americano para desenvolver sua pesquisa. Lá, com base em entrevistas realizadas com serial killers, policiais chegaram à conclusão de que assassinos tinham em comum um passado de agressão a animais.

Além dos dados, ele conseguiu identificar o perfil médio do agressor a animais. “Noventa por cento deles são homens, com média etária de 43 anos.” A maioria dos casos (73%) envolve animais domésticos.

O objetivo principal do estudo é que o atendimento prestado pela polícia à ocorrências de maus tratos a animais, seja melhor. “Fica claro que atender a esses casos é questão de prevenção com relação a outros crimes. E, como muitos casos de maus-tratos ocorrem na família, com crianças assistindo cenas de crueldade, também há a preocupação com a formação de futuros criminosos, gente que cresceu nesse ambiente”, analisa Nassaro.

“Meu estudo comprova que onde existe violência aos animais no ambiente familiar, há um cenário de uma família potencialmente violenta, com crianças crescendo sem aprender valores de respeito à vida”.

Caso você seja testemunha de um desses maus tratos, denuncie ligando para 190.

É o melhor que você pode fazer pelo bichinho e por alguém no futuro.

- Denuncie Sempre !
...

- Uipa : União Internacional Protetora Dos Animais
Você sabia que A UIPA foi fundada em 1893? Isso mesmo: 1893Eles ensinam, entre outras coisas, como denunciar maus tratos contra animais: "Por se tratar de prática prevista como crime ambiental pelo artigo 32 da Lei Federal n°...

- Como Denunciar E Defender Os Animais De Maus-tratos
"Abusos e maus-tratos contra animais silvestres ou domésticos configuram crime ambiental e devem ser comunicados à polícia ou ao Ministério Público (MP).Os animais silvestres também podem ser denunciados à polícia florestal (onde houver) e ao...

- Como Denunciar Maus Tratos??
Obrigada pela pergunta Ritinha, porque foi a partir dela que fui pesquisar uma forma de denunciar crimes ambientais, além do abandono, claro. Segundo a Familia Animal: "Maltratar animais é CRIME previsto no Artigo 32 da Lei Federal dos Crimes Ambientais...

- Denúncia De Maus Tratos Contra Animais
Animais soltos, machucados, caso de invasão de animais 1 - Domésticos: procure o Controle de Zoonoses ou o Canil público do seu estado. Em Brasília os telefones para contato são: Zoonoses: (61) 226 9336 Canil Público: (61) 323 3315 2 - Silvestres:...

Sustentabilidade