O Estudo da Deco- automóveis e autocarros
Sustentabilidade

O Estudo da Deco- automóveis e autocarros


O Carro e o Autocarro
Por LUÍS SALGADO DE MATOS
Segunda-feira, 30 de Agosto de 2004

O Público on line de terça feira passada dava uma notícia da Lusa: «Andar de
carro em Lisboa e no Porto ainda é mais barato e mais rápido do que usar os
transportes públicos, alerta um estudo da associação de defesa do consumidor
Deco.», uma organização respeitável. A seguir vinha um grande «se»: o carro
só era mais barato se fosse «usado diariamente por mais do que uma pessoa». Por
duas, portanto.

O dito estudo ainda não foi publicado; é baseado no percurso entre Alfragide
(Amadora) e as Olaias (Lisboa): o passe social custaria 31 euros mensais, e
um automóvel, «que pode levar pelo menos quatro pessoas, gastará pouco mais de
45 euros no mesmo período». Levando dois, cada um pagaria 22,25, menos que
o passe. Este valor é enganador: o carro, mesmo que leve quatro pessoas, é mais
caro do que o passe.

Com efeito, se o veículo custar 20000 ? - um preço banal de um carro novo -, a
respectiva prestação mensal rondará os 437 ?, para uma amortização em seis
anos. Cada um dos dois passageiros pagará portanto 218,5 ? mensais.

A estas despesas fixas acrescem as variáveis: seguro, riscos não cobertos pelo
seguro, despesas de manutenção e reparação do automóvel, combustível; mudam
muito de caso para caso. Numa média para o referido percurso cada um dos dois
passageiros pagará por mês 34 ?, ou 30 se o veículo for a gasóleo. Neste
exemplo, cada um dos dois pagará no total um mínimo 249 ? mensais: oito vezes
mais do que o passe social e onze vezes mais do que o orçamento da Deco.
Se fossem quatro passageiros, cada um pagaria vinte e uma vezes mais do que o
previsto pela Deco.

A Quercus, uma associação ambientalista, chamou a atenção para o irrealismo do
mini-autocarro de quatro lugares: cada carro levar mais do que um passageiro.
É que as estatísticas, embora pouco fiáveis, sugerem que o carro suburbano
transporta em média 1,2 passageiros.

A Deco cai num um erro de base: o automóvel privado é oferecido grátis ao seu
proprietário. Ou melhor: cai no erro comum de confundir o custo total com
o variável. É um erro perigoso.

Os ambientalistas não contestavam aquele erro de base. Ora o carro é caro. A
ilusão que ele é gratuito não se reporta apenas ao preço de compra. Alastra
às estradas e ruas, construídas, mantidas, fiscalizadas e policiadas pelo
Estado; são gratuitas para o automobilista e onerosas para o contribuinte.

A Deco faz mal em divulgar aquelas conclusões infundamentadas e irresponsáveis;
embora invoque o motivo paradoxal de querer favorecer o transporte colectivo,
as suas ficções facilitam que muitos consumidores peçam dinheiro emprestado
para comprarem carro julgando que vão poupar: é o caminho seguro para a ruína.



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