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Pesquisadores da Universidade Curtin, na Austrália, descobriram que as fêmeas de uma espécie de lesma marinha estão desenvolvendo órgãos sexuais masculinos NA TESTA.
Parece piada – e tem lá seu lado bizarro – mas esse tipo de notícia faz a gente pensar na quantidade de poluentes que jogamos por aí…
As fêmeas da espécie Thais orbita vivendo na costa de Perth foram afetadas pela grandeexposição ao TBT.
Este produto foi usado em tintas aplicadas nos cascos de barcos desde a década de 1960.  Ele é um biocida que impede que organismos grudem e cresçam na parte sempre submersa das embarcações – como cracas- que podem atrapalhar o desempenho e velocidade dos barcos.
O TBT foi banido pela Organização Marítima Internacional em 2008 – o que é ótimo e deveria resolçver rapidamente qualquer problemas de contaminação. Afinal, o biocida tem vida curta na água (dura apenas 6 horas). O problema é que, se preso aos sedimentos no fundo do mar, ele pode permanecer ativo por diversos anos…
Analisando diversos pontos da costa de Perth, os pesquisadores descobriram que a contaminação chegava a 100%.
É por causa desses níveis que uma grande porcentagem das lesmas está sofrendo do chamado “imposex”, uma condição que envolve o desenvolvimento de um segundo órgão sexual depois da exposição a um químico. Pedi ao pessoal da Universidade Curtin que mandassem algumas fotos (acima e abaixo) do grupo de lesmas e de uma fêmea com essa condição. Segundo uma das pesquisadoras que me respondeu, o “pequeno órgão curvado no meio da lesma é o diminuto pênis que a fêmea desenvolveu”
Diferentemente das lesmas de jardim, que são hermafroditas (um único indivíduo tem os dois sexos), esta espécie em particular tem sexos distintos. A pesquisadora Monique Gagnon disse que, nos últimos dez anos, estudos com a Thais orbita indicam que, apesar de os níveis de contaminação com TBT terem aparentemente decaído em regiões de barcos turísticos, altas taxas do chamado “imposex “ ainda existem em locais de passagem de grandes cargueiros.
Nesses lugares, 100% das fêmeas apresentou o desenvolvimento de um órgão sexual masculino na testa. Essa condição impede a reprodução e ameaça a continuidade da espécie na região.
As amostras de Thais orbita foram coletadas na costa de Perth entre março e junho de 2009.

http://info.abril.com.br/noticias/blogs/planetaverde/2010/09/14/lesmas-ganham-mais-um-sexo-com-poluicao/

Fonte: Info.Abril- Planeta Verde



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