Sustentabilidade
Modernidade e passadismo
Por José Carlos MarquesHá mais de 30 anos que acompanho a evolução dos movimentos ambientais / ecológicos e tenho constantemente deparado com as acusações que lhes são frequentemente feitas de serem nostálgicos do passado ou resistentes à modernidade, critério tornado o abre-te sésamo de qualquer valoração.
Entre nós, até um autarca como Luís Filipe Menezes, a propósito da resistência de um proprietário rural de Gaia a uma expropriação feita para se construir lá o indispensável centro de estágios do Futebol Clube doPorto, proferiu esta frase viril, que tantos dizem de outros modos mais sibilinos quando surge alguma resistência aos seus grandiosos planos:
Ele será esmagado pela modernidade!Quantas vezes a invocação da modernidade e da modernização tem sido feita,em todo o mundo, e também em Portugal, para justificar verdadeiras aberrações urbanísticas e ambientais. É o pão nosso de cada dia. Para mentesmais primárias,
os ecologistas estão contra tudo. Não conseguem compreender (mesmo alguns diplomados do ensino superior) que esse
tudo não é senão
mais do mesmo e que, portanto, os ecologistas não estão contra tudo, mas apenas contra uma só coisa, a destruição contínua da natureza e dos sistemas vivos e seus suportes.
É assim gratificante ver num editorial de um jornal de prestígio mundial, o Le Monde, a finalizar o texto que se refere ao recente relatório de 1300 etal peritos que, contra Lomborgs e marés, reafirmam o conhecido conhecimentodo estado de contínua degradação ambiental na Terra, esta frase espantosa:
Puisque la modernité, aujourd'hui, c'est tout simplement de comprendrequ'il faut sauver la planète. É que a modernidade, hoje, é muitosimplesmente compreender que é necessário salvar o planeta.
Sim,
anti-modernos são aqueles que insistem numa modernidade serôdia queconsiste em fazer recuar cada vez mais os espaços não construídos, não industrializados, não infra-estruturados à custa da destruição de valores ecológicos e de simples recursos vivos ou até de simples espaço.
Infelizmente, há também já muitos que seriam capazes de cantarolar a expressiva frase do Le Monde AO MESMO TEMPO QUE promovem a manipulação da natureza segundo critérios de mera rentabilidade ou modernidade ou progresso científico ou que lançam projectos diversos que apenas reforçam o esmagamento da natureza pela modernidade serôdia que cultivam.
O próprioLe Monde não deixa de o fazer quando toca a certas opções tecnocráticas da iniciativa pública e privada feitas em função da grandeza da França ou da sua competitividade. A miopia e a contradição são das coisas mais bem repartidas, como dizia Descartes do bom senso.
loading...
-
Minha Participação No Blog Diário Verde!!!
Salvar o Planeta: é agora ou agora!Para ser mais condizente com o que penso mudarei a frase “Salvar os seres vivos (incluindo os seres humanos): é agora ou agora!” Embasado em tudo que aprendi, noto que o planeta possui mecanismos complexos...
-
O Solo Na VisÃo EcolÓgica- Darci Bergmann
Foto: Darci Bergmann ...
-
Décadas De Razão Desperdiçada
Imagem obtida em PúblicoDepois de ler o artigo de Miguel Sousa Tavares "Desculpe, Gonçalo" no Expresso de 10/12/2011, não podia deixar de trazer para aqui pelo menos um extracto desse texto (lido na homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles promovida...
-
Arboricídio Instantâneo - Polis Desertificou Os Centros De Cidades Portuguesas Em Pouco Menos De 6 Anos
E assim foram o resultado final de muitas "Polis" de requalificação dos nossos centros das cidades: cinzentões, distorcidos, pobres. De ruelas apertadas, passamos para avenidas com centros arborizadas, ou praças arborizadas e de repente em nome...
-
Os Sinais Da Nova Modernidade
Estava a pensar nas consequências da aceitação em massa dos sinais de MODERNIDADE, agora seguidos também pelos chineses e deixo aqui um texto muito bom, que faz uma análise profunda do mundo em que vivemos e sugere a importância da Modernidade...
Sustentabilidade