Responsabilidade socioambiental das empresas
Para o Idec, a responsabilidade socioambiental deve ser pressuposto e base da atividade empresarial e do consumo. Por isso, as empresas devem ser responsabilizadas pelos impactos negativos provocados por suas cadeias produtivas em relação aos seus trabalhadores, aos consumidores e ao meio ambiente. Aliás, é cada vez maior o número de consumidores que faz suas escolhas baseado na postura ética das empresas junto ao mercado de consumo e à sociedade. E isso diz respeito também aos valores transmitidos pela publicidade praticada por ela, a busca por soluções para eventuais problemas e a transparência nas relações com os envolvidos em suas atividades.
O que é obsolescência programada?
É uma estratégia usada por muitas empresas para que o produto por ela fabricado tenha vida útil mais curta ou torne-se ultrapassado em pouco tempo, precisando ser substituído por outro novo. É o caso, por exemplo, de lâmpadas que “queimam” em pouco tempo de uso e de aparelhos eletroeletrônicos que apresentam defeitos logo ao término da garantia e cujo conserto não compensa pelo alto custo. O consumidor deve registrar reclamação nos SACs das empresas e nos Procons para evidenciarmos o problema e demandarmos das empresas e do governo medidas concretas para sua solução.
Políticas públicas para sustentabilidade
As decisões governamentais influenciam a qualidade de vida dos cidadãos e a sustentabilidade socioambiental. Os governos precisam implementar políticas públicas integradas que resgatem o papel do Estado de regular e fiscalizar, impedindo padrões insustentáveis e estimulando os novos padrões
de produção e consumo. Cabe aos cidadãos tomar consciência de seu poder político e pressionar seus governantes a adotarem políticas públicas para sustentabilidade.
Mobilidade mais sustentável
A mobilidade mais sustentável nas cidades exige maior e melhor oferta de transporte coletivo, assim como infraestrutura para tornar o uso de bicicletas mais viável e seguro. Por isso, consumidor-cidadão, exija do prefeito e dos vereadores uma mobilidade mais sustentável! Em relação ao uso do carro, as montadoras de veículos precisam tirar o verde do discurso e garantir o respeito ao direito do consumidor à informação sobre eficiência energética e emissões veiculares. Isso para que os consumidores
na hora da compra, além do preço e da marca, levem em consideração o consumo de combustível.
A mobilidade sustentável depende da responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e consumidores para que tenhamos informações e alternativas concretas!
O desafio do lixo
Dar destinação adequada às toneladas de lixo produzidas diariamente é um desafio global. No Brasil, em mais de 50% dos municípios o destino dos resíduos são lixões a céu aberto e em 22% das cidades o lixo termina em aterros controlados (que não tem tratamento de chorume e gases). Cerca de 27% dos municípios brasileiros destinam os resíduos para os aterros sanitários, onde o lixo é aterrado em terreno preparado para causar o menor impacto ambiental possível. Apenas 17% dos municípios brasileiros tem alguma iniciativa de coleta seletiva.
Política Nacional de Resíduos Sólidos
O Brasil aprovou, em 2010, a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), que disciplina o tratamento do lixo, estabelecendo a responsabilidade compartilhada entre poder público, empresas e consumidores. Está previsto o fechamento de lixões a céu aberto até 2014, com sua substituição por aterros controlados e aterros sanitários. Todos os municípios deverão ter seus planos de gestão dos resíduos sólidos. Apenas os rejeitos (a parte do lixo que não tem como ser reciclada) poderão ser encaminhados aos aterros sanitários. Os resíduos orgânicos deverão ser compostados e os outros materiais, reciclados. Serão implantados sistemas de logística reversa para embalagens, agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes e todos os tipos de lâmpadas e eletroeletrônicos. Ou seja, os fabricantes, importadores, distribuidores e
vendedores terão a responsabilidade de recolher e reciclar embalagens e os
produtos no pós-consumo.
Responsabilidade do consumidor
Quando existir coleta seletiva e sistema de logística reversa, o consumidor será obrigado a fazer a separação e a destinação adequada do resíduo, sob pena de advertência e multa.