
"A cidade que amo é limpinha, feliz, com um monte de plantas, pessoas educadas e muitas flores para enfeitar". É assim que Elayne de Souza Costa, de 6 anos, entende que seria uma São Paulo ideal. Como mostra em seu desenho, ela faz sua parte: na folha de papel ela está com um amigo jogando a sujeira no lixo, o que faz suas flores e seus pássaros viverem bem. "É para mostrar que tem que cuidar das pessoas e para aquelas que vão nascer", diz a pequena, ao explicar o objetivo de seu trabalho. Foi na EMEI Juca Rocha que Elayne recebeu o desafio de participar do concurso.
Na São Paulo que eles sonham, a cor que predomina é o verde. Como no projeto do John Wesley da Silva, de 13 anos: em primeiro plano há um Rio Tietê de água potável, com as encostas gramadas, tartaruga, borboleta, peixe e tem até uma capivara. Mas não faltam ao fundo os prédios, antenas, ônibus e caminhões. "Este é o desejo de todo paulistano, que o Tietê tenha um dia água boa, água limpa", acredita o aluno da EMEF Arlindo Caetano Filho, que pensa até na possibilidade de o rio se tornar um cartão postal, como a Avenida Paulista.
A mineira Maria de Fátima Chaves Carvalho, de 47 anos, mora em São Paulo há 35 anos e se emociona com a árvore que plantou certa vez, em frente de casa. "Peguei uma sementinha e coloquei na calçada e agora está uma árvore enorme, que nem acredito que fui eu que plantei”. Há três anos ela voltou a estudar no grupo de Educação de Jovens e Adultos da EMEF Henrique Pegado e se inspirou em sua árvore ao desenhar uma São Paulo que o verde está até na cobertura dos prédios. "A cidade está próxima de ser como a dos meus sonhos”.
Mas para um estudante, a cidade ideal já existe. Carlos Eduardo Silva, de 12 anos, estava voltando do litoral paulista, em setembro deste ano, quando seu pai decidiu entrar em São Paulo e seguir para casa na Vila Prudente, pelo centro de São Paulo. "Eu vi o museu e todos aqueles prédios pela primeira vez". Ele adorou e em sua aula, na EMEF Irineu Marinho, logo se pôs a desenhar o MASP, o famoso prédio do Banespa e escreveu o nome de São Paulo em letras garrafais. No cantinho do desenho, um prédio inacabado, chama a atenção. "A cidade dos meus sonhos é sem violência, com museus e tem prédios terminados e outros não, isso sempre vai existir", explica ele, que é realista e ama São Paulo mesmo com suas imperfeições. 



Érica Sena