Glorifiquei-te no eterno. Eterno dentro de mim fora de mim perecível. Para que desses um sentido a uma sede indefinível.
Para que desses um nome à exactidão do instante do fruto que cai na terra sempre perpendicular à humidade onde fica.
E o que acontece durante na rapidez da descida é a explicação da vida.
Harmonioso vulto que em mim se dilui. Tu és o poema e és a origem donde ele flui. Intuito de ter. Intuito de amor não compreendido. Fica assim amor. Fica assim intuito. Prometido.
Príncipe secreto da aventura em meus olhos um dia começada e finita. Onda de amargura numa água tranquila. Flor insegura enlaçada no vento que a suporta. Pássaro esquivo em meus ombros de aragem reacendendo em cadência e em passagem a lua que trazia e que apagou.
Dá-me a tua mão por cima das horas. Quero-te conciso. Adão depois do paraíso errando mais nítido à distância onde te exalto porque te demoras.
Toma o meu corpo transparente no que ultrapassa tua exigência taciturna Dou-me arrepiando em tua face uma aragem nocturna.
Vem contemplar nos meus olhos de vidente o norte que procuras nos braços que te possuem para além de ter-te.
Toma-me nesta pureza com ângulos de tragédia. Fica naquele gosto a sangue que tem por vezes a boca da inocência.
Aumentámos a vida com palavras água a correr num fundo tão vazio. As vidas são histórias aumentadas. Há que ser rio.
Passámos tanta vez naquela estrada talvez a curva onde se ilude o mundo. O amor é ser-se dono e não ter nada. Mas pede tudo.
Tu pedes-me a noção de ser concreto num sorriso num gesto no que abstrai a minha exactidão em estar repleto do que mais fica quando de mim vai.
Tu pedes-me uma parcela de certeza um desmentido do meu ser virtual livre no resultado de pureza da soma do meu bem e do meu mal.
Deixa-me assim ficar. E tu comigo sem tempo na viagem de entender o que persigo quando te persigo.
Deixa-me assim ficar no que consente a minha alma no gosto de reter-te essencial. Onde quer que te invente.
Eis-me sem explicações crucificado em amor: a boca o fruto e o sabor.
Pusemos tanto azul nessa distância ancorada em incerta claridade e ficamos nas paredes do vento a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves que secam folhas nas árvores dos dedos. E ficámos cingidos nas estátuas a morder-nos na carne dum segredo.
- Os Estatutos Do Homem- Thiago De Mello
<---conteúdo da sua postagem---> Vladimir Kush Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente) A Carlos Heitor Cony Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira....
- ReflexÃo!!!
Analisando o desrespeito citado abaixo com o CMD, conclui´-se que o homem AINDA NÃO APRENDEU A LIÇÃO, colocando a ganância na frente de tudo. Bem, espero ter divulgado para o maior número de pessoas, que como nós ( Erica, Flávia), ficam perpelexas...
- Ana Moura - "creio"
Creio nos anjosque andam pelo mundoCreio na deusacom olhos de diamanteCreio em amores lunarescom piano ao fundo,Creio nas lendas,nas fadas, nos atlantes,Creio num engenhoque falta mais fecundoDe harmonizaras partes dissonantes,Creio que tudo é eternonum...
- Hölderlin- Estar Unido Com Tudo O Que Vive!
Por vezes nem um excelente artigo científico cruzando dados ou simulando modificações num ecossistema ou pareceres técnicos cinzentos permite encontrar ainda o travão ajustado à destruição e à extinção antropogénica. Acho que a POESIA mais...
- Lembro-me Do Mar
lembro-me do mar não sei se regressei se te acenei com palavras simples feitas por mim como vento espuma ou lua não sei se as quebrei contra as cidades duras e parece às vezes tudo estar perdido tudo sem sentido o mar é escuro o mar é contra as...