Sustentabilidade
Código de barras da vida acelera identificação das espécies
 
 
Nos próximos quatro anos, 10% da biodiversidade brasileira será catalogada com ajuda da técnica conhecida como DNA barcoding e assim impedir o tráfego criminoso de animais exóticos

                                                          Análise de DNA ajudou a revelar uma nova espécie de Tetragonopterus, peixe que vive no rio Jari                                          (Divulgação)                        
Para o Ibama, a cena não tem nada de inusitada. Uma pessoa é detida em  flagrante no aeroporto com ovos presos ao corpo. Sabe-se que o tráfico  de animais silvestres é considerado crime ambiental, mas não se sabe ao  certo que espécie foi apreendida. Se a ave estiver na lista dos animais  em risco de extinção, a punição pode ser mais dura. Mas como saber de  que espécies são os ovos? A tarefa, às vezes árdua até para  taxonomistas, deve receber uma mãozinha extra agora que brasileiros se  uniram ao consórcio internacional Barcode of Life (iBol). Cerca de 10%  da biodiversidade brasileira será catalogada em quatro anos com a ajuda  de uma técnica conhecida como DNA barcoding, o ‘código de barras da  vida’.
  Ficha de espécie catalogada. O código de barras tradicional representa  em preto e branco dados numéricos. No código da vida, cores representam  as bases da sequência do DNA
   A ideia é a seguinte: um trecho da sequência de DNA de cada exemplar  brasileiro será usado para produzir o que seria um ‘análogo’ do código  de barras utilizado em produtos em geral. “A diferença é que para  identificar produtos se utiliza uma sequência de números e nesta técnica  se usam sequências de nucleotídeos, que são os bloquinhos que  constituem o DNA”, explica Cláudio Oliveira, pesquisador do Instituto de  Biociências da Unesp em Botuctatu e coordenador da Rede de Pesquisa de  Identificação Molecular da Biodiversidade Brasileira (BR-BoL), criada no  final de 2010. A meta é identificar 120.000 exemplares de 24.000  espécies nos próximos anos. “Assim como os códigos de barras são  característicos dos produtos, as sequências de DNA são características  das espécies."
Divulgação/Unesp
  Cláudio Oliveira coordena a rede brasileira de barcoding
O primeiro passo da rede brasileira é analisar o material que há tempos  está disponível em laboratórios e coleções científicas. Isso, contudo,  não impede que exemplares nunca antes catalogados sejam identificados:  muitas espécies não se distinguem do ponto de vista morfológico, e  apenas análises genéticas podem diferenciá-las. É o caso de uma nova  espécie de 
Tetragonopterus, identificada pela equipe coordenada  por Cláudio Oliveira. Trata-se de um peixe encontrado nas águas  amazônicas do Rio Jari, na divisa entre os estados do Amapá e Pará. Os  resultados obtidos pelo DNA barcoding revelaram uma significativa  diferença  entre a nova espécie e as demais do gênero.
Pressa - Existem atualmente cerca de 1,7 milhão de  espécies catalogadas no mundo, e estima-se que haja mais 4 milhões ainda  desconhecidas. Só no Brasil, acredita-se que haja 600.000 espécies por  conhecer (estimativas mais ‘otimistas’ apontam que o número pode chegar a  quase 2 milhões). Os cientistas até poderiam se valer de estratégias  convencionais da taxonomia para encontrá-las ao logo dos anos, mas há  certa urgência em função de ameaças ambientais, do desmatamento às  mudanças climáticas. “É muito importante que possamos ter a visão mais  ampla possível da nossa biodiversidade antes que impactos irreversíveis  levem um grande número de espécies à extinção”, ressalta Oliveira. “E é  muito mais fácil conservar o que conhecemos.”
O que é DNA barcoding?
É a identificação genética dos seres vivos segundo determinados  padrões. Para tanto, dois aparelhos são utilizados. No chamado  termociclador, amostras de DNA são copiadas, a partir de algum tecido do  animal, como pele, carne, sangue etc. No sequenciador, é feita a  leitura do código genético. É a mesma estratégia do sequenciamento de  genoma, a não ser por um detalhe: apenas um fragmento de um único gene  presente em todas as espécies é usado para comparações – o gene  codificador da proteína Citocromo Oxidase I (COI). Ele é considerado um  bom marcador por combinar trechos muito variáveis a outros de grande  regularidade. Mas não é o único, nem se presta a todo tipo de espécie.  Para plantas, por exemplo, os cientistas costumam usar outros trechos do  DNA.O entomologista José Albertino Rafael, pesquisador do Instituto  Nacional de Pesquisas da Amazônia, acredita que a técnica é um avanço  para a taxonomia: “Vamos demorar mais mil anos para catalogar todos os  animais se continuarmos no ritmo que estamos”. Para identificar uma nova  espécie, é preciso compará-la aos exemplares já identificados.  “Conforme o grupo vai ficando maior, fica mais difícil descrever novas  espécies, porque é preciso conhecer todas as existentes e catalogadas”,  explica. Um banco de códigos de barra pode acelerar as comparações. Mas o  cientista Rafael ressalva que isso não exclui a necessidade de  caracterizar a espécie morfologicamente.
Escala - A análise de material genética faz tempo é  uma ferramenta conhecida dos cientistas. A equipe do geneticista da  PUCRS, Eduardo Eizirik, por exemplo, realizava trabalhos de  identificação molecular de organismos com técnicas semelhantes há mais  de cinco anos. “O que mudou com o barcoding foi a escala. É a ideia de  padronizar os processos de identificação em nível global para toda a  biodiversidade e prezar pelo zelo no processamento de vários passos  necessários para criar uma base de dados completa e integrada”, explica o  pesquisador, que passou a coordenar a geração de código de barras em  mamíferos, aves, répteis e anfíbios.  “Até onde eu sei, nunca houve uma  rede de pesquisa no Brasil focada nesse assunto com esta amplitude,  então isso já é uma conquista”.
Para além do ambiente acadêmico, uma rede ampla e padronizada de  identificação genética pode ter aplicações tanto no combate ao tráfico  de animais como no controle de fraudes no comércio de produtos animais.  Isso porque o barcoding permite a identificação da espécie a partir de  partes dos bichos, como um pedaço de carne, osso ou pelos, sangue etc.  Nos Estados Unidos, o código de barras da vida já está sendo usado pela  Food and Drug Administration, que regula alimentos e medicamentos, como  forma de conter fraudes na importação de produtos animais.
Arte/VEJA

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