Sustentabilidade
Urge uma nova economia, e o futuro começa agora!
Participei ontem à tarde numa interessantíssima tertúlia na Associação Campo Aberto, sobre "
Ruralidade sustentável e economia local". Para além das inspiradoras apresentações de Eng. ª Maria do Carmo Bica, da ANIMAR e da Dra. Ângela Abreu Guimarães da ADRL, da sábia moderação do Dr. José Carlos Marques, e das interessantes intervenções de diversos participantes, comprei lá um exemplar da versão portuguesa do livro de
James Robertson: "
Transformar a Economia - Desafio para o Terceiro Milénio", n.º 1 da Colecção "Cadernos Schumacher para a Sustentabilidade", Edições Sempre-em-Pé, 2007.
Partilho convosco uma parte da Introdução e Resumo deste pequeno e fantástico livro, que respeita aos Objectivos:
"Existe hoje uma grande variedade de actividades que reflectem o cada vez maior compromisso das pessoas perante um desenvolvimento centrado na pessoa humana e ecologicamente sustentável - novos estilos de vida, novas tecnologias, novas abordagens da gestão empresarial, e por aí fora. Do lado negativo, as formas convencionais de avaliar as decisões económicas e o progresso são objecto de profundos erros de concepção, tendo o actual sistema económico tendências intrínsecas a destruir o ambiente natural, a destruir a comunidade, a transferir riqueza dos pobres para os ricos, a marginalizar pessoas, comunidades e culturas, a desgastar e negar o sentido do espiritual ou do sagrado e a interiorizar a incapacidade e a vulnerabilidade.
Este Caderno toma essas realidades como ponto de partida, apontando para um futuro em que teremos maior capacidade de controlar o nosso destino económico e de fruir dos tesouros e bençãos da natureza de que todos dependemos. O caderno salienta algumas mudanças específicas que ajudarão a concretizar esse futuro.
Num futuro como esse, serão muitas as famílias e comunidades locais a produzir uma maior proporção, em comparação com a actual, das coisas de que necessitam, por exemplo, alimentos e energia. Dependerão mais de si próprias e umas das outras, e serão menos dependentes das grandes empresas e das instituições financeiras e serviços governamentais. Em especial, serão menos dependentes dos empregadores para organizar o seu trabalho e obter os seus rendimentos. Haverá mais pessoas a trabalhar mais tempo em casa e perto de casa. No que respeita a outros objectivos, a comunicação poderá proporcionar uma alternativa à viagem. Haverá menos transporte de carga a longas distâncias já que a produção local para o consumo local se tornará a norma. A educação preparará as pessoas não apenas para os empregos, mas para governarem a sua vida - incluindo a casa, a vida de família, o trabalho, o dinheiro e as suas funções e responsabilidades de cidadãos. A cidadania activa - local, nacional e mundial - desempenhará um maior papel do que hoje na vida de muita gente. Muitos terão da vida uma experiência mais saudável e menos geradora de tensões à medida que se vão tornando mais profundamente implicados nas suas comunidades locais e mais estreitamente ligados ao mundo natural. Por meios que serão diferentes dos actuais, haverá mais pessoas que serão capazes de satisfazer as próprias necessidades - de subsistência, protecção, participação, estima, sentido, identidade, liberdade e auto-realização - sem impedirem outras pessoas de satisfazerem as suas."
O Dr. José Carlos Marques partilhou uma outra parte do livro através blogue O Economista Português, que recomendo a leitura. Para comprar o livro, vejam nesse site ou aqui.
E que tal a ideia de bancos cooperativos, cujo objectivo não é o lucro mas ajudar as pessoas? Vejam abaixo o exemplo do banco JAK, na Suécia, ou o exemplo do banco Palmas, no Brasil, no blogue Famalicão por um Mundo Melhor, que alia o microcrédito local a moeda local.
JAK Bank Report (2007) LEGENDADO PT (O Banco que não cobra juros!) from banco jak on Vimeo.
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