Iniciativa tem apoio do Wal-Mart e pretende sensibilizar consumidores brasileiros sobre os danos do consumo exagerado do material
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com entidades privadas, entre elas a rede Wal-Mart (parceiro estratégico do Instituto Akatu), lançou no dia 23 de junho a campanha nacional “Saco é um saco” com objetivo de incentivar os consumidores a reduzir o uso de sacolas plásticas. Com a iniciativa, o MMA pretende enfrentar o impacto ambiental do consumo exagerado de sacolas plásticas, conscientizando e incentivando os consumidores a usarem alternativas para o transporte das compras e acondicionamento de lixo domiciliar.
Veja aqui a entrevista sobre a campanha que o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, concedeu ao site do Instituto Akatu.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o Brasil consome 12 bilhões de sacolas plásticas por ano. As sacolas descartadas incorretamente entopem bueiros e poluem rios, lagos e mares. Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) indicam que sacolas plásticas estão chegando a locais distantes, considerados paraísos ecológicos e turísticos.
A campanha será veiculada em diversas mídias (televisão, jornal, revistas, rádio, internet, marketing viral e cinema) de forma simultânea, de modo a atingir todos os públicos, principalmente donas de casa, jovens e pessoas que residem em cidades grandes, onde o consumo é mais intenso.
O Wal-Mart apoiará todas as fases da campanha e financiou a criação e produção das peças para divulgação como filmes, anúncios em revistas e folhetos.
Sacolas plásticas viram sacos de lixo
Uma pesquisa realizada pelo Ibope, em São Paulo, revelou que 100% dos consumidores entrevistados reutilizam as sacolas plásticas em casa como sacos de lixo. Essa é a opção da pesquisadora Luana Mendieta Cinoto, 29 anos. Ao carregar as compras do supermercado, ela leva uma mochila e uma sacola retornável, tudo para usar o menor número possível de sacolas plásticas. Entretanto, os sacos plásticos são a única solução que a pesquisadora — e milhões de consumidores brasileiros — encontraram para o acondicionamento de lixo dentro de casa. “Só pego sacolas no supermercado para jogar lixo orgânico. A meu ver, é a única solução higiênica possível no Brasil”, afirma Luana.
Para Ana Maria Luz, presidente do Instituto GEA, instituição que promove a cidadania através da educação ambiental, o uso de sacolas plásticas para o acondicionamento do lixo comum é um jeito de prolongar a vida útil do material, “o que já é bastante positivo”, garante.
Além disso, essa prática garante que esse material seja descartado em aterros sanitários ou lixões e não em vias públicas, o que traria danos como entupimento de bueiros e as conseqüentes enchentes. “O que faz da sacola plástica uma vilã para o meio ambiente são o uso e o descarte incorretos”, defende Ana Maria.
Dicas para usar corretamente ou não usar as sacolas plásticas