Um relatório lançado em 17 de abril por duas agências das Nações Unidas sugere que investir em infraestruturas sustentáveis pode diminuir a degradação ambiental, reduzir a pobreza e a emissão de gases que causam o efeito estufa.
O estudo foi produzido pelo Painel Internacional para Manejo de Recursos Sustentáveis, ou Painel de Recursos, que faz parte do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma. O Programa da ONU para Assentamentos Humanos, ONU-Habitat, também participou do estudo, lançado em Nairóbi, no Quênia.
Crescimento
Cerca de três quartos dos recursos naturais do mundo são consumidos em cidades. A estimativa é que 70% da população global estará vivendo em áreas urbanas até 2050.
Curitiba (na foto), no Paraná, foi um dos 30 casos analisados. A cidade é elogiada no relatório por iniciativas públicas de reciclagem e manejo do lixo. Com o programa “Câmbio Verde”, cada 4 kg de materiais recicláveis podem ser trocados por 1 kg de alimentos.
O estudo nota que os benefícios atingem tanto comunidades mais pobres, que têm acesso a uma dieta mais equilibrada, quanto agricultores locais, que têm uma demanda mais estável da produção.
Economia
Recebe destaque ainda uma iniciativa da Austrália, que instalou medidas para eficiência de energia em prédios públicos. Com isso, o país reduziu em 40% suas emissões de carbono.
A Cidade do Cabo, na África do Sul, é citada por ações em projetos de habitação de baixa renda, com o uso de energia eficiente e sistema solar para a água aquecida. Com as mudanças, houve economia de 6,5 mil toneladas de carbono por ano, queda de 75% nas doenças respiratórias, menor custo de água quente para famílias pobres e criação de “empregos verdes”.
De acordo com o relatório, o custo global estimado em uma transição para cidades sustentáveis é de US$ 40 trilhões, entre 2000 e 2030.
Inovação
O cálculo é feito com base nos gastos para a construção de novas estruturas, principalmente em países em desenvolvimento e reformas de prédios e casas em países desenvolvidos.
O diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, ressaltou que “existem oportunidades únicas para que as cidades liderem ações de economia verde, por meio de uma maior produção de recursos e da inovação”.
Arquitetos e Engenheiros
Na opinião de Steiner, falta uma “visão holística sobre o futuro dos centros urbanos”. Já o diretor do ONU-Habitat, Joan Clos, lembrou que “cidades antigas terão de substituir infraestruturas ineficientes” e é preciso questionar que tipo de cidades do futuro estão sendo planejadas por arquitetos e engenheiros.
O estudo faz diversas recomendações a governos e planejadores urbanos, incluindo maior investimento em infraestruturas que estimulem a baixa emissão de carbono.
Acesse aqui o relatório completo em inglês.
Leda Letra, da Rádio ONU
Fonte: Mercado Ético, 07/05
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Érica Sena
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