O que para alguns é apenas uma parede com dezenas de cartazes colados, para outros é um lugar ideal para criar um jardim vertical e chamar a atenção de quem passa pelo local para a importância de colocar mais natureza nosso dia-a-dia. Foi exatamente isso que fizeram os jovens artistas Eric Cheung e Sean Martindale – recortaram cartazes colados nas paredes de Toronto, no Canadá, e os pregaram como um origami, formando vasos onde plantaram diversos tipos de mudas e flores. O material utilizado na ação não poderia ser mais sustentável – estilete, grampeador, terra e mudas de plantas. Ah, claro, e os cartazes que já estavam colados nas paredes. Funciona de forma bastante simples: eles recortam os cartazes com os estiletes em formatos de triângulos, cones ou caixotes, e os grampeiam na parede. O resultado é uma espécie de vaso feito de papel e capaz de comportar diversos tipos de plantas. Multiplicando a ideia Os artistas disponibilizaram todas as instruções para a montagem dos vasos em seu blog http://posterpocketplants.blogspot.com/ e também nas próprias instalações. Segundo eles, a razão de todo o trabalho ser Creative Commons é simples: “disponibilizar o modelo lá fora é simplesmente um educado empurrão para mostrar aos outros que isso é uma coisa muito fácil e que todos podem fazê-lo”, explica Cheung em entrevista ao Torontoist. Ele não é o único a pensar assim. Martindale também informou que a intenção da dupla é que as pessoas peguem estes conceitos e difundam a ideia. “Qualquer um é bem-vindo a usar os nossos padrões ou fazer sua própria variação, contanto que não seja para o lucro de uma iniciativa privado. Queremos mantê-lo open-source, como sempre foi a nossa intenção. A ideia pertence a esta cidade e outros ambientes urbanos”, contou. Cidades mais verdes Mais do que simples instalações ou jardins verticais, para Martindale e Cheung, sua iniciativa está “ativando os espaços públicos” e introduzindo “natureza no ambiente urbano de maneira a encorajar os outros a fazerem o mesmo ou, ao menos, considerar essa possibilidade”. A dupla conta que a ação tem tido resultados. “Até agora ninguém da vizinhança reclamou”, diz Martindale. “Às vezes, eles até agradecem”, completa. Montar os vasos apenas em locais onde haviam cartazes antigos ou colados de forma ilegal ajuda a não criar problemas, contam. Alegria dura pouco Apesar das boas intenções, os artistas contam que a ideia dura pouco. Tanto o vandalismo de alguns como a própria vida útil das plantas (escolhidas sem muitos critérios técnicos e na base da tentativa e erro) ajudam a tornar as instalações bastante curtas. "Horticultores estão provavelmente chorando agora em ver algumas das coisas que plantamos", brinca Cheung. Mesmo voltando nos locais das instalações regularmente para regar as plantas, eles sabem que elas não duram muito. "Essas intervenções são efêmeras por natureza", conta Martindale. “E reconhecemos que as plantas acabarão por morrer, mesmo se elas não fossem tão vulneráveis". Mas ele acrescenta: "se as pessoas as virem e pensarem sobre isso antes de elas serem destruídas, já valeu à pena." Fonte: EcoD
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