O Brasil ganhou fama mundial nos últimos anos graças à política eficiente para reduzir o desmatamento. Os resultados foram animadores, com redução dos gases de efeito estufa. Porém, o sinal amarelo continua ligado por conta do aumento de poluentes em outras áreas que foram ignoradas nesse período, como o aumento na quantidade de veículos. É preciso pensar na diminuição de poluentes em todos os setores e estimular ações simples e eficazes para isso.
De acordo com o último relatório de estimativas de emissão de gases estufa, divulgado pelo Ministério da Ciência e com dados até 2010, o índice foi um pouco superior a mil teragramas (equivalente a um bilhão de toneladas). Número menor do que o registrado em 2005, com dois mil. Se antes a exploração das florestas representava 57% da poluição brasileira, hoje tem 22%, atrás de agropecuária (por conta do cultivo de arroz e criação de gado) e, principalmente, do setor energético.
Este último setor, aliás, exemplifica a inexistência de ações em todas as esferas. No mesmo período em que o desmatamento foi reduzido, o lançamento de combustíveis fósseis aumentou em 32,6%. A tendência é o percentual continuar em alta, pois o principal responsável é a crescente frota de veículos no território brasileiro, atualmente na proporção de um automóvel para cada quatro habitantes, de acordo com o Denatran.
Ao trabalhar em uma ponta, mas ignorar outras, o Brasil deixa de criar um planejamento sustentável, necessário para um futuro limpo e sem esgotamento dos nossos recursos naturais. Uma prática simples, como o plantio de árvores, possui um papel fundamental para reduzir o gás carbônico na atmosfera. Criar políticas que estimulem transportes coletivos e alternativas mais limpas de combustíveis também trazem um ótimo retorno a médio prazo.
Além disso, é importante olhar para outras fontes que contribuem para a população no país. O consumo de energia elétrica, por exemplo, segue crescendo, impulsionado pelos dispositivos tecnológicos e o crescimento dedatacenters, responsáveis por manter páginas da Internet no ar. O Brasil corresponde a 40% de toda a infraestrutura de TI da América Latina e é responsável por 43% da energia consumida no setor. Assim, um site brasileiro, por menor que seja, joga cerca de sete quilos de dióxido de carbono por ano na atmosfera.
Enquanto o Brasil continuar focando apenas em uma ponta específica no combate à poluição, viveremos esse paradoxo incomum, onde ganhamos destaque internacional ao mesmo tempo em que o sinal de alerta segue ligado, atormentando o sonho de quem luta para diminuir esse risco.
Por Vagner Luis*
*Vagner Luis é Diretor Executivo da GreenClick, , empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2no país.
Fonte: NBpress
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