“As pessoas precisam conhecer o regional e o setorial. Não adianta viajar o mundo e não conhecer o regional e o setorial, como fez um ex-colega meu”, ensinou o professor Aziz Ab´Saber na conferência de abertura do projeto “Leituras de Darwin”, que está sendo realizado durante toda esta semana na Universidade de São Caetano do Sul (USCS), em parceria com o SESC-São Paulo.
De acordo com o convidado de honra, os alunos precisam viajar mais. “Devem ficar cinco ou seis meses em sala de aula e o restante do ano viajar pelo país”, disse, espelhando-se no cientista inglês Charles Darwin, que durante quatro anos e nove meses viajou pelo mundo, em pesquisas que lhe valeram a inspiração para escrever o seu polêmico livro sobre a “Teoria da Evolução”.
No evento de abertura, que lotou o Auditório da Universidade, o reitor da USCS, Silvio Minciotti, destacou que o Darwin só conseguiu realizar seu intento porque se comprometeu com a pesquisa e o conhecimento. Sequencialmente, Marta Colaboni, do SESC, destacou que o importante é “termos várias leituras de um mesmo lugar”.
Para o professor Aziz, 85 anos, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), decano da Universidade de São Paulo (USP), com mais de 300 trabalhos publicados, Darwin chegou à ciência interdisciplinar estudando botânica, biologia e geologia. O bem humorado convidado, que se comprometeu a “divulgar, antes de morrer, o nome de todos os cretinos” que conheceu, destacou o espírito crítico do cientista inglês. E, sem citar nomes, soltou farpas a governantes pretéritos e atuais.
Ab´Saber, que dividiu a Amazônia em 29 subáreas, sugerindo que grupos de estudantes de todo o país a visitem, para mapear e conhecer não só riquezas, mas também as condições de saúde e de saneamento básico das populações locais, enfatizou aos estudantes que a observação depende do método, engrandecendo o conhecimento.(Plurale)
Fonte: Mercado Ético