O arquiteto solar de Freiburg, Rolf Disch, construiu vários apartamentos de cobertura. Mas não são coberturas comuns:
Um perfeito isolamento térmico é parte da receita bem-sucedida. Mesmo em janeiro, com temperaturas em torno de zero grau, a casa quase não necessita de calefação.
A fachada de vidro voltada para o Sul capta o Sol hibernal, baixo no horizonte, enquanto que o alto Sol de verão não penetra diretamente nos cômodos da moradia – uma arquitetura simplesmente inteligente.
E também o clima habitacional do prédio, construído com utilização de muita madeira, é insuperável.
O arquiteto Rolf Disch chama o prédio de “casa de superávit energético”. Pois ele produz mais energia por ano do que os seus moradores consomem: a instalação de energia solar sobre o teto fornece, por ano, quase 9000 quilowatts-hora de eletricidade à rede pública.
Subtraindo o consumo próprio de eletricidade, como também a calefação, resta um superávit anual de cerca de 2000 quilowatts-hora. Isto vale a pena, também financeiramente: gastos mensais de quase 100 euros para eletricidade e aquecimento são compensados por uma renda de quase 400 euros com a instalação solar.
E Freiburg realmente não é pobre em inovações solares. Disto também faz parte a fábrica solar. Em meados da década de 90, quando o setor solar ainda tinha um futuro incerto na Alemanha, Georg Salvamoser construiu em Freiburg, uma fábrica de módulos solares, marcando em fevereiro de 1996 o surgimento de um novo ramo cheio de futuro em todo o país. Há muito, outras firmas solares alemãs tornaram-se maiores, mas Freiburg de Breisgau pode reclamar para si, mais uma vez, o título de pioneira, como ocorre freqüentemente, quando se trata de inovações no setor da energia solar.
Sobre o teto do estádio de futebol Dreisam, 2200 metros quadrados de células fotovoltaicas produzem anualmente cerca de dois milhões de quilowatts-hora de eletricidade solar. Juntamente com os motores ecológicos Stirling como parte do projeto de aquecimento, o próprio SC Freiburg produz sem emissões poluentes mais da metade do seu consumo total de eletricidade.
Por que o aproveitamento da energia solar se desenvolve de forma tão exemplar em Freiburg?
Talvez porque a cidade esteja situada numa das regiões mais ensolaradas da Alemanha. Mas também porque em Freiburg a energia solar sempre esteve ligada à imagem de uma qualidade de vida “mais verde”, ecológica.
Como explicação mais provável pode-se incluir também um impulso de décadas atrás: nos arredores de Freiburg, em Wyhl am Kaiserstuhl, deveria ser construída uma usina atômica na década de 1970. Mas os habitantes da região opuseram-se: milhares de pessoas ocuparam, em fevereiro de 1975, o terreno destinado à construção e, após uma resistência política de anos, impediram a construção do reator.
Mas não ficou apenas em protesto. Ao mesmo tempo, foram desenvolvidas alternativas ecológicas. Já no ano seguinte ao da ocupação do canteiro de obras, foi realizada uma primeira exposição sobre a energia solar na cidade vinícola vizinha de Breisach. Surgiu assim a cidade solar Freiburg. Mais de 10 mil pessoas trabalham hoje em Freiburg na economia ambiental e solar, segundo calcula Bernd Dallmann, investidor econômico de Freiburg. E ele continua aperfeiçoando a imagem de Freiburg como “cidade verde”: perspectivas ensolaradas para a cidade solar aos pés da Floresta Negra.
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