Nemésis Médica (em português, Limites para a Medicina, edição Sá da Costa), de Ivan Illich
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Nemésis Médica (em português, Limites para a Medicina, edição Sá da Costa), de Ivan Illich



Na primeira metade dos anos setenta do século passado, um ex-padre austríaco-americano lançava a crítica mais contundente até então empreendida contra a Medicina moderna. Dizia Ivan Illich  logo no primeiro parágrafo de sua Nemesis da Medicina: “a Medicina institucionalizada transformou-se numa grande ameaça à saúde”. Um pouco mais à frente afirma: “A empresa médica ameaça a saúde, a colonização médica da vida aliena os meios de tratamento, e o seu monopólio profissional impede que o conhecimento científico seja partilhado”.
Deste livro nasceu o conceito de iatrogenia, que, segundo o Ivan Illich dos anos setenta, aparece sob três formas principais.
Em primeiro lugar, a iatrogenia clínica, causada pelos próprios cuidados de saúde, resultando em danos à saúde atribuíveis à falta de segurança e ao abuso das drogas e das tecnologias médicas mais avançadas. Em segundo lugar, a iatrogenia social, decorrente de uma crescente dependência da população para com as drogas, os comportamentos e as medidas prescritas pela Medicina em seus ramos preventivo, curativo, industrial e ambiental; a iatrogénese social é, ao fim e ao cabo, sinónimo de medicalização social,  porque anula o sentido da saúde enquanto responsabilidade de cada indivíduo e de sua família e dissemina na sociedade o “papel de doente”, que é um comportamento apassivado e dependente da autoridade médica.
Finalmente, Illich identifica uma iatrogenia cultural, que consiste na destruição do potencial cultural das pessoas e das comunidades para lidar de forma autônoma com a enfermidade, a dor e a morte. Neste caso, o que caracteriza o dano é a perda de tudo aquilo que as tradições criaram ao longo dos séculos enquanto expedientes culturais eficazes para enfrentar a  vulnerabilidade humana diante de tais contingências da vida. As práticas tradicionais e o saber espontâneo que lhes acompanham foram, nos últimos séculos, substituídos pela figura plenipotente do médico e de sua técnica profissional heterônoma, que trazem a promessa delusória de estender indefinidamente a existência das pessoas.
 Fonte (com adaptações): Interface
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