As previsões mostram que o sul do continente europeu será o
“mais afectado pelas alterações climáticas” e onde se poderá registar
“uma perda generalizada” de diversidade biológica, que se forma a partir do balanço entre extinções e a produção de novas espécies.
De acordo com o especialista português, nas regiões mediterrâneas a biodiversidade
“é mais vulnerável”, visto que estas zonas estão expostas a alterações climáticas acentuadas e possuem
“maior diversidade filogenética”, ou seja,
“maior quantidade de informação evolutiva independente”.
O estudo mostrou que a Península Ibérica será uma das regiões mais afectadas, pois as previsões indicam que as distribuições das espécies poderão sofrer
"contracções importantes" e que estas tendem a deslocar-se para "
norte ou para altitudes mais elevadas”.Em casos
“extremos”, é mesmo possível que
“algumas espécies se extingam”, avançou o títular da cátedra Rui Nabeiro / Delta em Biodiversidade, da Universidade de Évora.
Reconstrução das relações evolutivasNo estudo, os investigadores reconstruíram as relações evolutivas de um grande número de espécies de plantas, aves e mamíferos, avaliando o risco de extinção de cada uma perante diferentes cenários de alterações climáticas. Depois, compararam os efeitos induzidos por alterações climáticas com cenários aleatórios de extinção.
A investigação, referem os autores, não permite ilações sobre a magnitude das extinções induzidas pelas alterações climáticas, mas revela que
“produzem impactos que poderão afetar todos os ramos da árvore da vida”. A juntar a estes, estão outros de origem humana que contribuem para amplificar a actual crise da biodiversidade.
“Ao afectar espécies diferentes das já ameaçadas por factores humanos, as alterações climáticas poderiam ter um efeito aditivo sobre as extinções, o que alteraria por completo as contas actuais sobre este risco”, frisou Miguel Bastos Araújo. (fonte: Ciência Hoje)
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