O estudo Balanço de Carbono em Reservatórios (Balcar), feito em conjunto por empresas do grupo Eletrobras e dez instituições de pesquisa brasileiras, entre 2011 e 2013, com 11 usinas hidrelétricas apurou que, à exceção de Balbina, “a maior parte das hidrelétricas brasileiras emite muito pouco dióxido de carbono, em proporção muito menor do que qualquer usina térmica, por melhor que ela seja. E alguns reservatórios mostraram que absorvem carbono”. A informação é da chefe da Divisão de Estudos e Planejamento Ambiental da empresa, Maria Luiza Milazzo.
Entre os reservatórios que absorvem gases responsáveis pela emissão do efeito estufa da atmosfera, o estudo salienta os de Funil, na Região Sudeste, e de Xingó, na Região Nordeste. “Essa foi uma surpresa muito boa e interessante”. Foram feitos quatro levantamentos de campo em cada usina, em observância às estações do ano.
Do total de usinas pesquisadas, oito estavam em operação – Balbina, Tucuruí, Itaipu, Serra da Mesa, Xingó, Três Marias, Funil e Segredo – e três em fase de construção – Santo Antônio, Belo Monte e Batalha. Foram coletados dados sobre emissões de dióxido de carbono, óxido nitroso e metano. Este último gás tem poder de aquecimento global quatro vezes maior que o dióxido de carbono, destacou Maria Luiza.
A usina de Balbina, situada no Rio Uatumã, na Amazônia, foi objeto de estudo anterior do biólogo Alexandre Kemenes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), publicado em 2007 na revista especializada em geofísica Geophisical Research Letter. A pesquisa constatou elevados índices de emissões naquela hidrelétrica, dez vezes superiores às emissões de uma termelétrica movida a carvão mineral.
A chefe da Divisão de Estudos e Planejamento Ambiental da Eletrobras informou que, no cômputo geral, o Estudo Balcar mostra que as usinas hidrelétricas tendem a absorver gases poluentes da atmosfera.
“Itaipu, por exemplo, é uma hidrelétrica que tem quase nada de emissão”. Ela ressaltou que uma usina termelétrica a gás emitirá menos do que uma [usina] térmica a óleo ou a carvão mineral. “Por isso é que a hidrelétrica ainda é tão vantajosa em relação a outro tipo de energia de que precisemos para alimentar o setor elétrico do país.
Maria Luiza ressaltou que as hidrelétricas contribuem para o combate às mudanças climáticas. “A matriz energética do setor elétrico brasileiro é muito limpa, devido ao grande número de hidrelétricas que nós temos. Se fôssemos usar outro tipo de fonte, ela seria muito mais poluente, seja gás, carvão, óleo, diesel ou qualquer outro tipo de combustível fóssil. Seria muito maior a emissão.”
O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobras (Cepel), que coordenou o estudo, já está formatando o Balcar 2. Segundo Maria Luiza, o objetivo é dar seguimento à pesquisa nas três áreas onde os empreendimentos hidrelétricos estavam em construção e também em outras usinas. Com isso, será possível ter uma base de dados sólida, tendo em vista que as pesquisas de campo são demoradas, caras e trabalhosas, acrescentou.
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Edição: Marcos Chagas
Fonte: Agência Brasil- 15/12
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