Especial: A cronologia de um desastre
Sustentabilidade

Especial: A cronologia de um desastre


Atualizado em 22 de julho de 2010. Veja informações mais recentes no fim do post.

O vazamento de petróleo no Golfo do México é a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos, superando o acidente com o petroleiro Exxon Valdrez, que em 1989 se chocou com um recife no Alasca e despejou aproximadamente 260 mil barris de óleo no mar. Relembre os fatos mais marcantes do desastre e veja fotos:

Garça no meio de mangue contaminado com petróleo, em ilha afetada pelo acidente, em 23 de maio. (Foto: AP Photo/Gerald Herbert via Boston.com)

20 de abril – A plataforma de petróleo “Deepwater Horizon”, da empresa British Petroleum (BP), localizada na costa da Lousiana, ao sul dos EUA, no Golfo do México, explode e mata 11 funcionários, naufragando dois dias depois.

26 de abril – Depois de afirmar que não havia vazamento, a BP volta atrás e admite que 1000 barris de petróleo estavam sendo liberados no mar por dia, a 1500 metros de profundidade. Isso forma uma maré negra com mais de 1500 quilômetros quadrados de extensão.

28 de abril – Robôs submarinos tentam conter o vazamento, sem sucesso. Quando a mancha fica a 40 quilômetros dos pântanos da Lousiana, as autoridades decidem queimá-la, formando nuvens tóxicas e deixando resíduos no mar. O vazamento é visível do espaço.

29 de abril – A velocidade do vazamento chega a 5 mil barris por dia, ou 800 mil litros. Criadores de camarão e o governo estadunidense acusam a BP de ser a responsável pelo desastre.

“O que é certo, a partir de agora, é que o meio ambiente e a economia da região do Golfo do México vão ser novamente postos à prova, depois de atingidos de maneira irremediável.”
David Pellow, professor da Universidade de Minnesota especializado em questões do meio ambiente

Barco de camarão é usado para coletar petróleo na região do desastre, no dia 5 de maio. (Foto: AP Photo/Eric Gay via Boston.com)

30 de abril – Apesar dos esforços – entre eles, cercar a mancha com barreiras flutuantes – a mancha atinge a costa dos EUA. A pesca na região é proibida.

05 de maio – As ações da BP são desvalorizadas em quase 20% desde o início do desastre. A empresa afirma que usaria uma estrutura metálica gigante, em forma de funil, para tentar recolher o petróleo, além de oferecer milhões de dólares para projetos de recuperação nos estados afetados. Milhares de trabalhadores civis e militares, além de 2 mil voluntários, trabalham para bloquear a mancha.

08 de maio – O “funil” chega a ser instalado, mas não funciona e é retirado. Uma semana depois, outra tentativa fracassa: usar um tubo para mandar o óleo a um navio na superfície.

18 de maio – A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) fecha uma área de pesca de quase 119 mil km², o equivalente a 19% das águas do país.


Petróleo flutua ao redor de barreiras e em direção a pântanos no delta do Mississipi, em 23 de maio. (Foto: Reuters/Daniel Beltra/Greenpeace via Boston.com)

23 de maio – O secretário do Interior americano, Ken Salazar, se diz “zangado e frustrado” por a BP não ser capaz de controlar o vazamento, e ameaça expulsar a empresa do país. A BP concorda em pagar uma multa superior a 75 milhões de dólares. (Segundo a legislação americana, este seria o valor máximo que a empresa poderia pagar.)

27 de maio – Novas estimativas, do Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, revelam que entre 12 mil e 25 mil barris de petróleo (quase 4 milhões de litros) podem estar sendo despejados diariamente no oceano. Depois de tentar conter o vazamento com uma mistura de lama e cimento, as autoridades anunciam que a operação foi um sucesso.

29 de maio – O The New York Times revela que relatórios internos da BP já questionavam a segurança do poço que explodiu. No dia seguinte, Carol Browner, assessora para meio ambiente e energia da Casa Branca, afirma em programa de TV que este é “possivelmente o pior desastre ecológico” da história dos EUA.

30 de maio – Depois de gastar quase 1 bilhão de dólares, a BP afirma que a tentativa com lama e cimento falhou. Dois dias antes, a empresa tentou tampar o rombo com entulho – até bolas de golfe velhas foram usadas –, mas nada adiantou. O governo calcula um vazamento total de 68 milhões de litros. O presidente dos EUA, Barack Obama, já visitou a região duas vezes e assegura que está dando assistência aos moradores do local.

[Atualização:]

04 de junho – Um funil colocado sobre o vazamento começa a capturar cerca de mil barris de petróleo por dia (o vazamento agora é estimado entre 12 mil a 19 mil barris diários). O funil recolhe mais da metade do fluxo de óleo para navios na superfície.

Junho e julho – Os gastos da BP chegam próximos aos 4 bilhões de dólares, incluindo a quantia necessária para conter e limpar o petróleo e as multas pagas às autoridades americanas. O valor para indenizar as vítimas pode ultrapassar 20 bilhões de dólares. (Fonte: AFP via G1).

12 de julho – O vazamento é estimado de 35 a 60 mil barris de petróleo por dia. O funil, que já recuperava cerca de 25 mil barris diariamente, é trocado por outro, mais eficiente, que pode capturar o óleo na totalidade. (Fonte: AFP via G1)

Espero que isso [o vazamento de petróleo] ajude a nos darmos conta de que temos que deixar os combustíveis fósseis e que existem alternativas. Espero que nos lembre que devemos repensar a forma como exploramos nossos oceanos.
Philippe Cousteau, ecologista, neto do explorador francês Jacques-Yves Cousteu

14 de julho – Cientistas descobrem que o acidente está alterando a cadeia alimentar submarina, matando ou contaminando algumas criaturas e estimulando o desenvolvimento de outras, mais adaptadas ao ambiente sujo. Os pesquisadores advertem que todo o ecossistema e a indústria pesqueira da região estão em perigo. (Fonte: AP via Estadão)

15 de julho – A BP usa uma tampa para vedar e paralisar o vazamento, e pretende mantê-la até construir outros poços que resolvam definitivamente o vazemento. (Fonte: BBC)

19 de julho – O funcionário do governo americano encarregado da limpeza do vazamento, almirante Thad Allen, alerta a BP para o risco de que a tampa esteja desviando o fluxo do petróleo para rochas ao redor do poço danificado, o que poderia gerar vazamentos futuros. Há suspeitas de que o vazamento não foi paralisado. (Fonte: BBC)

No mesmo dia, Obama assina decreto que lança nova política marítima dos EUA, destinada a favorecer a proteção dos ecossistemas costeiros do país. O acidente já é reconhecido como o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. (Fonte: France Presse via G1)

21 de julho – Quatro das maiores petroleiras do mundo anunciam um esforço conjunto para criar um sistema de resposta rápida a derramamentos no Golfo do México, com custo de 1 bilhão de dólares. (Fonte: BBC via G1)

Mais:
Galeria de fotos do acidente (Boston.com)
Fotos históricas de acidentes com petróleo (The Washington Post)

As informações foram retiradas dos seguintes sites e agências de notícias: INFO Online, G1, Deutsche Welle, Reuters, EFE, Abril, BBC Brasil, France Presse, AP e Veja.com.



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