Design, e não desastre | |
É possível criar uma nova economia dentro do sistema capitalista democrático para que as sociedades humanas vivam de acordo com os limites biofísicos, afirma o economista ecológico australiano Philip Lawn, professor da Flinders University, em Adelaide. Trata-se de uma economia em steady-state que não só limita a quantidade de recursos que consome e a de resíduos que libera no meio ambiente, mas busca melhorar em qualidade ao longo do tempo. Ou seja, produzir melhor em vez de produzir mais. Na opinião de Lawn, é preciso adotar esquemas de cap-and-trade para todos os recursos e resíduos, além de reformular o capitalismo para que beneficie a sociedade e os indivíduos. Os países ricos, onde o crescimento já é "deseconômico", deveriam parar de crescer imediatamente e permitir às nações mais pobres que tenham o "espaço ecológico" para elevar seu bem-estar.Crescer continuamente é ecologicamente insustentável e torna inevitável a transição para a economia em steady-state, garante Lawn. Melhor pôr mãos e mentes à obra e começar a desenhar. Parece haver consenso ao redor do mundo quanto à necessidade de "estimular" a economia, criar empregos e infraestrutura "verdes". Se o objetivo é voltar a crescer, quão "verde" é esse New Deal? Primeiro, a ideia de criar empregos e investir em infraestrutura verdes é boa. Ao mesmo tempo, se vem embutida em uma política baseada no crescimento, isso não é bom. A transição para empregos e infraestrutura verdes, por si só, não permite que as economias continuem a crescer de uma forma que não danifique o meio ambiente. A principal razão é o chamado efeito de Jevons. Para um determinado nível de atividade econômica, se você cria empregos e infraestrutura verdes, o impacto ambiental diminui. Entretanto, se o volume total de atividade econômica aumenta - e é provável que aconteça se o tal New Deal se baseia na noção de economias em crescimento -, então há a possibilidade de que o efeito de escala supere os benefícios em eficiência decorrentes da transição para empregos e infraestrutura verdes. Neste caso, o impacto ambiental geral é maior. A única maneira em que mais eficiência reduz o impacto ambiental total é se o aumento percentual em eficiência for maior do que o aumento percentual no volume total de atividade econômica. A infraestrutura tem que ser substituída, temos que assegurar que ela e os novos empregos sejam verdes, mas temos que fazer isso no contexto de uma transição para uma economia em steady-state (SSE na sigla em inglês), que não cresce fisicamente, mas melhora em qualidade ao longo do tempo. Continue lendo a entrevista acessando o site http://www.pagina22.com.br/index.cfm?fuseaction=entrevista&id=576 Revista Página22, 06/09..... Segundo Lawn,' crescer continuamente é ecologicamente insustentável e torna inevitável a transição para a economia em STEADY-STATE." Economia STEADY-STATE- não cresce fisicamente, mas melhora a qualidade Sou assinante da Página22 e achei muito boa essa entrevista...se puderem, leiam!!! ÉRICA SENA |