Preocupadas com o planeta em que seus bebês vão viver no futuro, mães no Brasil e pelo mundo afora vêm embarcando numa viagem ao passado. É um movimento que prega a volta das fraldas de pano como uma alternativa aos modelos descartáveis, com o objetivo de causar menos danos ao meio ambiente.
Hoje, os modelos de pano ganharam nova roupagem, com o mesmo formato das de plástico. A diferença é que, após o uso, em vez do lixo, vão direto para o tanque e ou para a máquina de lavar.
Foram essas que a jornalista Ana Paula Calabresi, carioca que mora desde 2007 em Vancouver, no Canadá, decidiu usar com a filha Alice, de 6 meses, pelo menor impacto que têm no meio ambiente. Por não ter quantidade suficiente dos modelos de pano, ela as alterna com as descartáveis.
“Apesar do custo inicial das fraldas de pano ser maior (elas não são tão baratinhas), no longo prazo o investimento se paga e acho que você ainda sai no lucro”.
Pioneira na fabricação dos novos modelos de fraldas de pano no Brasil, a engenheira química Bettina Lauterbach viu o número de pedidos passar de dez para 400 por mês, em dois anos.
Para convencer mães de primeira ou segunda viagem a comprar seus modelos – que custam a partir de R$ 17,50 – Bettina expõe em seu site que, até os 2 anos de vida, uma criança usa cerca de 5.500 fraldas, que levam anos e anos para se decompor nos lixões.
Para o biólogo Mario Moscatelli, se por um lado você tira as fraldas dos lixões, por outro consome mais água.
“É o cobertor curto. Você utiliza mais água e detergente, que nem sempre é biodegradável. Já a fralda descartável tem o material plástico, que vai ficar ad eternum (eternamente) em processo de decomposição”.
Para o ambientalista, a melhor solução seria um investimento, por parte das empresas, na busca por materiais que causassem menos danos ao meio ambiente.