Comecei a lecionar Biologia e Ciências em 1999, e me lembro como hoje, que tentava sensibilizar os alunos sobre o uso racional da água potável em São Paulo, e muitos deles riam, e não acreditavam. Diziam que tinha muita água em nossos rios (Tietê e Pinheiros), e não acabaria. Concordaria, até certo ponto, se essa água fosse potável, mas não é.
Me lembro de receber um recado do pai de um aluno, dizendo que eu falava besteira afirmando que a água acabaria, pois os nossos rios não secariam. Minha resposta foi: pergunta ao seu pai se ele tomará banho e beberá a água contaminada do Tietê. Queria encontrar esse pai hoje!
Não culpo as famílias que não ensinam aos filhos valores relacionados ao respeito com os recursos naturais e com os seres vivos, porque, provavelmente eles não tenham aprendido isso com seus pais. Mas sempre é tempo de buscar informações nas mídias diversas, de se reciclar, e repassar para a família.
Me lembro de receber um recado do pai de um aluno, dizendo que eu falava besteira afirmando que a água acabaria, pois os nossos rios não secariam. Minha resposta foi: pergunta ao seu pai se ele tomará banho e beberá a água contaminada do Tietê. Queria encontrar esse pai hoje!
Não culpo as famílias que não ensinam aos filhos valores relacionados ao respeito com os recursos naturais e com os seres vivos, porque, provavelmente eles não tenham aprendido isso com seus pais. Mas sempre é tempo de buscar informações nas mídias diversas, de se reciclar, e repassar para a família.
Nem todos tiveram a mesma sorte que eu, de crescer numa família simples mas sábia, que sempre me mostrou valores básicos e importantes como amor, respeito e amizade, não só aos seres humanos, mas pela natureza. Talvez seja essa base que me acendeu essa minha veia ambientalista num momento da vida. Aqui em casa, bem antes da onda verde da ecologia se expandir, reaproveitávamos tudo o que era possível, inclusive a água captada na chuva, e assim como, a água armazenada na máquina de lavar roupa. Hoje, claro com mais informações, novos hábitos foram inclusos em nossa vida.
Dentro dos 11 anos que trabalhei na Educação, e em todas as turmas, falei sobre o déficit hídrico no Município de São Paulo, e a importância de mudarmos nossos hábitos de consumos urgentemente. Essa foi uma das bandeiras em prol da sustentabilidade que levantei por anos em palestras e diversas, salas de aula, e que continuo a defender no meu trabalho dentro da comunicação ambiental.
Numa dessas aulas sobre água, numa turma de 5º série, me lembro de uma passagem triste e engraçada ao mesmo tempo. Falava aos alunos que era necessário gastarmos menos água, porque ela era finita, e que poderíamos ficar sem esse bem em poucos anos, e uma menina levantou a mão e me disse:
" Professora, não faz mal se acabar a água, eu tomo Coca-Cola."
Saia justa essa, primeiro eu brinquei com ela e perguntei se ela tomaria banho de Coca cola, e depois mostrei a todos alunos que concordaram com ela, que se não houver água não haverá refrigerante, porque eles usam agua em sua fabricação, assim como a maioria dos produtos que consumimos. Eles se assustaram então! Comecei a usar a observação curiosa desta aluna em outras aulas, principalmente na educação para adultos. Argumentava que a falta de água potável colocaria em risco a tão amada cervejinha (tão significante para os adultos, quanto o refrigerante às crianças).
Dentro dos 11 anos que trabalhei na Educação, e em todas as turmas, falei sobre o déficit hídrico no Município de São Paulo, e a importância de mudarmos nossos hábitos de consumos urgentemente. Essa foi uma das bandeiras em prol da sustentabilidade que levantei por anos em palestras e diversas, salas de aula, e que continuo a defender no meu trabalho dentro da comunicação ambiental.
Numa dessas aulas sobre água, numa turma de 5º série, me lembro de uma passagem triste e engraçada ao mesmo tempo. Falava aos alunos que era necessário gastarmos menos água, porque ela era finita, e que poderíamos ficar sem esse bem em poucos anos, e uma menina levantou a mão e me disse:
" Professora, não faz mal se acabar a água, eu tomo Coca-Cola."
Saia justa essa, primeiro eu brinquei com ela e perguntei se ela tomaria banho de Coca cola, e depois mostrei a todos alunos que concordaram com ela, que se não houver água não haverá refrigerante, porque eles usam agua em sua fabricação, assim como a maioria dos produtos que consumimos. Eles se assustaram então! Comecei a usar a observação curiosa desta aluna em outras aulas, principalmente na educação para adultos. Argumentava que a falta de água potável colocaria em risco a tão amada cervejinha (tão significante para os adultos, quanto o refrigerante às crianças).
Essa e outras respostas que ouvia dos meus alunos e do público das palestras, e que continuo vivenciando atualmente no mundo real e virtual, ainda me remete à falta de consciência em adquirir um modo de vida mais sustentável, usando de forma mais correta os recursos naturais, para que as próximas gerações também as usufruam.
Muitas pessoas ainda acham que os recursos naturais existem para nos servir, e que não cabe a elas fazer nada, apenas ao poder público.
São Paulo sofre um apagão hídrico e ponto final, não é mais uma previsão, e sim uma triste constatação prevista pelos ambientalistas há décadas, consequência de uma cidade com uma distribuição de água deficitária, e piorada pela sua impermeabilização, perda de cobertura verde, estiagem e uso indiscriminado deste recurso. Essa falta d`água interferirá tanto na vida daqueles que se conscientizaram, e evitaram o desperdício, quanto daqueles que não acreditaram que isso aconteceria, e gastaram água irracionalmente. Mas temos que lembrar que vários estados brasileiros passam pela mesma situação, e portanto toda a sociedade tem que mudar de atitude!
É revoltante ver que mesmo com uma campanha de redução de consumo de água, com as reduções das tarifas, o bombardeio de notícias nas diversas mídias avisando sobre a diminuição rápida dos nossos reservatórios de água, algumas pessoas AINDA CONTINUAM a gastar água indiscriminadamente. Será que essas pessoas só verão a realidade quando não houver mais água em suas nas torneiras? Ou devem achar, como a minha aluna há anos atrás, que não precisam da água, que podem beber refrigerantes?
São Paulo sofre um apagão hídrico e ponto final, não é mais uma previsão, e sim uma triste constatação prevista pelos ambientalistas há décadas, consequência de uma cidade com uma distribuição de água deficitária, e piorada pela sua impermeabilização, perda de cobertura verde, estiagem e uso indiscriminado deste recurso. Essa falta d`água interferirá tanto na vida daqueles que se conscientizaram, e evitaram o desperdício, quanto daqueles que não acreditaram que isso aconteceria, e gastaram água irracionalmente. Mas temos que lembrar que vários estados brasileiros passam pela mesma situação, e portanto toda a sociedade tem que mudar de atitude!
É revoltante ver que mesmo com uma campanha de redução de consumo de água, com as reduções das tarifas, o bombardeio de notícias nas diversas mídias avisando sobre a diminuição rápida dos nossos reservatórios de água, algumas pessoas AINDA CONTINUAM a gastar água indiscriminadamente. Será que essas pessoas só verão a realidade quando não houver mais água em suas nas torneiras? Ou devem achar, como a minha aluna há anos atrás, que não precisam da água, que podem beber refrigerantes?
Que a consciência ambiental individual desperte, e que consigamos usufruir deste Ouro Azul de modo sustentável.
#DesperdícioDeÁguaToFora
#PensarEcoSempre
Artigo de Érica Sena *- Julho de 2014
* Bióloga, Gestora Ambiental, Educadora Ambiental, Blogueira
Blog Pensar Eco- http://pensareco.blogspot.com.br/