A
corrupção mina todos os dias a nossa confiança na democracia, nas instituições, na justiça, na política, nas outras pessoas. A corrupção faz aumentar todos os dias o fosso entre ricos e pobres. Desde o grande "corrupto" que desvia grandes capitais, que suborna e se deixa subornar, até ao "jeitinho" ao amigo, a corrupção premeia os que subvertem o sistema a seu favor, deturpa e suga a economia, desmoraliza os honestos.
Para além de repensarmos os nossos valores e as nossas acções, e de não participarmos nestes esquemas, podemos fazer algo mais contra a corrupção. Como por exemplo, assinar petições para uma legislação mais eficaz contra a corrupção. Ou denunciar.
Pode-se assinar a
petição à Assembleia da República, on line desde o passado dia 13 de Outubro:
Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação, e que tem a seguinte redacção:
"Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República
A corrupção, por ser transversal e pelo modo como está disseminada e impregnada na sociedade portuguesa, afecta directamente e trava o desenvolvimento do país a todos os níveis. Todos os fenómenos e manifestações de corrupção – pequenos e grandes - prejudicam e lesam a nação: tornando a sociedade portuguesa menos fraterna e justa, e afectando a própria performance da democracia e exercício da cidadania dos portugueses. Importa definir exactamente o que é a corrupção, as suas razões e causas, como nos afecta e prejudica, e quão melhor poderá ser a nossa sociedade se a conseguirmos fazer diminuir.
Os signatários desta petição, conscientes de que a corrupção, nas suas várias manifestações, pode ser travada - principalmente pela informação, formação e educação - apresentam as seguintes propostas aos senhores deputados da assembleia da república, esperando que as possam discutir e propor:
•Uma sessão na Assembleia da República Portuguesa onde se debatam as raízes, os efeitos e as medidas para a diminuição dos fenómenos de corrupção (desde a pequena à grande corrupção);
•Criar campanhas de consciencialização e informação tendo como alvo todos os cidadãos, informando-os sobre o fenómeno da corrupção e suas implicações no estado da democracia e da sociedade portuguesa;
•Criar aulas de frequência obrigatória de cidadania para todos os anos de escolaridade onde se aborde e explane a temática da corrupção;
•Criar uma disciplina obrigatória em todos os cursos superiores de ética e deontologia profissional em que se aborde e explane a temática da corrupção. "
Está também online uma petição europeia destinada a promover o combate à corrupção à escala global:
STOP Corruption:
"Como cidadão da União Europeia (UE), solicito que a Comissão Europeia e os Estados-Membros proponham legislação e avancem com mecanismos para lutar contra a corrupção em geral e, em particular, nas relações da UE com países terceiros."
Pode-se (e deve-se) denunciar os casos de fraude e corrupção, mas como, neste país de "brandos costumes", quem denuncia acaba sendo perseguido, ostracizado e tratado como criminoso, há agora pelo menos a hipótese de fazer uma denúncia anónima de casos de fraude e corrupção, através
deste site do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público.