Brasil alcança meta do milênio de acesso à água, mas ainda apresenta grandes desafios
Sustentabilidade

Brasil alcança meta do milênio de acesso à água, mas ainda apresenta grandes desafios



O Brasil alcançou a meta de reduzir as desigualdades no que se relaciona ao acesso à água com canalização interna proveniente de rede geral.
 
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentado na terça-feira, 28 de junho, em Brasília, apontou que o Brasil alcançou a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir as desigualdades no que diz respeito ao acesso a água potável. Segundo o instituto, o desafio agora é levar esgoto à zona rural.

Os dados foram apresentados durante a primeira edição do Seminário Franco-Brasileiro sobre Saúde Ambiental: Água, Saúde e Desenvolvimento, organizado pela Embaixada da França no Brasil e pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), com parceria do Ipea, dos ministérios da Saúde, Cidades, Meio Ambiente e Desenvolvimento Social e Combate à Fome, além da Fiocruz, Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde.

Os resultados apresentados foram relativos a estudos do alcance dos ODM nos estados brasileiros no contexto da sustentabilidade ambiental. De acordo com Maria da Piedade Morais, coordenadora de Estudos Setoriais Urbanos da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, o Brasil alcançou a meta de reduzir as desigualdades no que se relaciona ao acesso à água com canalização interna proveniente de rede geral. O percentual passou de 82,3%, em 1992, para 91,6%, em 2008.
Maria da Piedade ressaltou, no entanto, que quando os dados são avaliados por estados e zona rural, ainda há muito espaço para melhoria dos indicadores, fazendo com que o alcance dessa meta ainda não seja uma realidade. Segundo ela, considerando todos os recortes geográficos e socioeconômicos, as desigualdades ainda permanecem bastante elevadas.

Nas áreas rurais, embora tenha sido registrado avanço significativo na proporção da população abastecida por rede geral, com ou sem canalização interna (que passou de 12,4%, em 1992, para 32,6%, em 2008), o percentual de cobertura por rede pública ainda é bem inferior ao registrado nas áreas urbanas, não tendo sido possível alcançar a meta de reduzir as desigualdades pela metade. O estudo aponta que, na zona rural, a água utilizada pelas famílias ainda provém principalmente de poços, nascentes ou outro tipo de fonte.

img02.jpg
 
De acordo com a coordenadora do Dirur, Maria da Piedade Morais, apesar das melhorias, as desigualdades ainda permanecem bastante elevadas / Foto: Rodrigo Sieiro

Esgoto
A desigualdade espacial e social também se dá no acesso aos serviços de esgotamento sanitário. Na escala regional, os maiores déficits ocorrem no Norte, Centro-Oeste e Nordeste e áreas rurais. Embora o percentual de cobertura por rede geral de esgotos ou fossa séptica tenha subido de 10,3%, em 1992, para 23,1%, em 2008, as condições ainda são inadequadas.
No campo, 46,6% da população é atendida por fossas rudimentares, 5,6% por vala, 3,1% lançam seus esgotos diretamente nos rios, lagos ou mar, 0,6% adotam outro tipo de solução não adequada e 21% não possuem nenhum tipo de esgotamento sanitário.

No acesso simultâneo aos dois tipos de serviço de saneamento básico, o porcentual da população urbana servida por água canalizada de rede geral no interior do domicílio e esgotamento sanitário de rede geral ou fossa séptica passou de 62,3%, em 1992, para 76%, em 2008.

Levando em conta os aspectos étnicos, mesmo tendo sofrido redução de 13% nos últimos 16 anos, as desigualdades no acesso a saneamento adequado ainda são bastante pronunciadas: 82,2% da população branca está coberta por serviços de água e esgoto adequados, contra apenas 69,4% de cobertura entre pretos e pardos.
(Com informações do Ipea)
http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2011/junho/brasil-alcanca-meta-do-milenio-de-acesso-a-agua#ixzz1R9nsQasM 


Fonte: EcoD,1/O7



loading...

- Um País Que Não Investe Em Saneamento Básico Pode Avançar Nas Questões Ambientais?
2016 chegou, e nada foi feito para modificar os dados caóticos sobre saneamento básico no Brasil, onde a maioria das casas não contemplam desse direito assegurado na Constituição Federal. Segundo reportagem recente da Revista Época,  no...

- Segundo Inst. Trata Brasil, O Nosso Saneamento é Insuficiente Para Atingir Meta
Avanço em saneamento é insuficiente para atigir meta, diz Instituto Trata Brasil Se permanecer o atual ritmo, o Brasil não deve cumprir, no tempo previsto, as metas de universalização do saneamento básico, previstas pelo governo federal para serem...

- Coleta E Tratamento De Esgoto Estão Entre Principais Problemas Do Gerenciamento De Recursos Hídricos
 O diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Lopes Varella Neto, admitiu que a falta de tratamento de esgoto é um dos principais problemas do Brasil no que se refere ao acesso aos recursos hídricos no país.Varella Neto participou...

- O Que Brasil Já Fez E O Que Falta Fazer, Segundo Pnud!
Levantamento com base no relatório nacional sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio mostra os avanços feitos em cada meta  O quarto Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), divulgado esta...

- Quase 900 Milhões Sem Acesso A água Potável
Os objetivos traçados pela ONU há 10 anos estão longe de serem atingidos, mas o novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nota os avanços no que diz respeito ao acesso à água...



Sustentabilidade








.