Bonecos de neve aqui, shortinhos lá.
Sustentabilidade

Bonecos de neve aqui, shortinhos lá.


Odeio parecer catastrófica; assim como começar um post com essa palavra; mas na semana passada vi todos os temores que tínhamos na época em que trabalhava no Greenpeace, se tornarem realidade.
Após passar uma semana num calor escaldante em NY, recebendo alertas por celular sobre quais os efeitos do calor excessivo para a saúde, chegamos numa São Paulo congelada, recebendo fotos de amigos no sul do país e seus inéditos (e horrorosos, diga-se de passagem) bonecos de neve.
Nada de errado com calor lá, afinal estão no verão, nem com o frio daqui, sendo inverno. O que assusta é a intensidade.
Desde que a prefeitura de NY mede a temperatura e os níveis de umidade, nunca se havia visto tanto calor úmido, o que aumenta a sensação de calor e faz com que as autoridades temam pela vida de seus cidadãos. Mais de 420 "centros refrigerados" permanecem abertos para aqueles que precisarem, disse o prefeito Michael Bloomberg. Esses locais geralmente são bibliotecas ou lares para idosos que possuem ar condicionado. Mesmo com os esforços estima-se que quase 30 pessoas tenham perdido suas vidas por conta do calor em excesso.
Funcionária aproveita horário de almoço para se "refrescar"em parque nova iorquino.
Nessa mesma semana numa matéria na Vanity Fair (Movie Stars and billionaires vs nature) vi as assustadores fotos do litoral dos Estados Unidos, leste e o oeste, com praias inteiras ameaçadas, seja pelo nível da água do mar, seja pela erosão por ela causada. Paraísos de veraneio de celebridades e bilionarios indo pro saco...
A foto abaixo ilustra muito bem a questão. Em 5 anos o mar  quase "engoliu" as casas.
Foto do litoral norte americano feita em 2008 (esq) e 2013 (direita)
Por aqui paulistas congelados com 5 casacos e 3 meias dentro de casa e curitibanos serelepes e contentes com seus bonecos de neve nunca antes vistos. 
Na semana que passou São Paulo registrou 5 recordes consecutivos de frio, com termômetros batendo 4o.C. Uma judiação numa cidade onde a população está despreparada para enfrentar tais temperaturas e onde mais de 15 mil pessoas moram nas ruas.
No sul, apesar da alegria da criançada rolando na neve e descendo em trenós improvisados ladeiras cobertas de gelo, mais da metade da lavoura de café, milho e trigo congelou e está perdida.
Vamos sentir jajá a consequência disso, no preço dos alimentos.

Todos estes fenômenos: inverno mais frio no hemisfério sul, verão tórrido no hemisfério norte, erosões, elevação no nível dos oceanos... tudo é decorrente do aquecimento do nosso planeta. Aquecimento que alguns ainda negam, outros aceitam, mas  duvidam que seja decorrente da atividade humana.
Que diferença faz? Nosso planeta está derretendo, nós estamos sofrendo as primeiras consequências e muito pouco se faz, individual e coletivamente para frear isso.
Se no cinema conseguimos enviar tropas para bombardear um meteoro que ameaça a vida na terra por que não conseguimos mudar nossa maneira de produzir e utilizar energia para fazermos desse ato heróico, uma realidade?
A nível global um acordo que de fato implique em redução de emissões não vai nunca sair. Isso por que mudar as matrizes energéticas implica em investimento e tempo e os pib's urgem. 
De um lado os países desenvolvidos em crise não podem recuar, de outro os em desenvolvimento como nós, não querem tirar o pé do acelerador.
O que todos nós temos dificuldade em entender e aceitar é que o mundo, como conhecemos, não vai acabar da noite pro dia como em hollywood, ele acaba aos poucos, como um câncer e o diagnóstico já foi dado. Resta saber se temos bala e força pruma quimioterapia.



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