Alerta vermelho para mudanças do clima
Sustentabilidade

Alerta vermelho para mudanças do clima



Já em 2007, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), grupo dos mais reconhecidos especialistas de todo o mundo no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), concluiu que o aumento a partir de 2°C na temperatura média do planeta já ocasionaria mudanças significativas no clima global.
Efeitos como o degelo nas áreas polares e o aumento do nível dos oceanos, até a maior frequência e gravidade de eventos climáticos extremos e por consequência refugiados ambientais, seriam então sentidos – principalmente pelos países e pessoas mais pobres, sem recursos para prevenir e remediar tais problemas.
A elevação da temperatura média do planeta revela inúmeras implicações, como a migração de quem vive nas regiões costeiras, por conta do aumento do nível dos oceanos; a suspensão do abastecimento regular de água nos períodos de estiagem em países como China, Índia e Peru, devido ao degelo das cordilheiras dos Andes e Himalaias; perdas de espécies marinhas pela acidificação e aumento de temperatura dos oceanos – com reflexos sociais e econômicos àqueles que sobrevivem da pesca.
Além disso, a recorrência de fenômenos como furacões, ciclones, tornados e secas provavelmente evidenciará a urgência na definição de medidas de controle e redução das emissões, tais como protocolos de segurança e alertas meteorológicos. No Brasil, imagine quantos prejuízos não causaria a alteração do regime de chuvas.
Para que tudo isso ocorra, basta, concluíram os cientistas, que a concentração de gás carbônico (CO²) na atmosfera atinja 400ppm (partes por milhão)! A partir desse marco, passa a ser certo o aumento de no mínimo 2ºC. Pois, adivinhem: a humanidade atingiu o número alarmante, no último dia 9 de maio, conforme anunciou a ONU! Isto quer dizer que a cada 1 milhão de moléculas na atmosfera, 400 são de dióxido de carbono. O indicador deveria ser ouvido como um grito de socorro.
Segundo o IPCC, permanecer nesse ritmo progressivo de emissões pode vir a significar um aumento de até 6,4 ºC graus na temperatura média do planeta até o final do século. Os 10 anos mais quentes desde 1880, ocorreram, justamente, a partir de 1996.
Os céticos do clima diriam que a Terra já passou por outros momentos de mudanças climáticas. Ainda que a discussão possa parecer legítima (dependendo da intenção de quem defende que o aquecimento global não existe), é fato reconhecido pelo IPCC que a rapidez das mudanças do clima de agora nunca antes foram registradas e que as causas – pasmem! - são as atividades humana. 
A humanidade não se satisfaz com a capacidade do planeta em absorver 5 bilhões de toneladas por ano de gases de efeito estufa. A quantidade de gases emitidos em 2008, por exemplo, foi de 7,9 bilhões de toneladas pela queima de combustíveis fósseis e 1,5 bilhão de toneladas por desmatamentos. O excedente de 4,4 bilhões de toneladas está acumulado, intensificando a retenção de calor.
Enquanto na atmosfera terrestre se acumulam os 400 ppm, as emissões não estão diminuindo, pelo contrário, só aumentam. E, o Protocolo de Quioto (1997)... Esse alerta continuará a ser, simplesmente, ignorado? O que os governos, empresas e cidadãos estão efetivamente fazendo para reduzir suas emissões de Gases de Efeito Estufa?
Mudanças são essenciais para que haja, no mínimo, o controle desse quadro. Chegou-se a um ponto irreversível, já se sabe que efeitos serão sentidos. A questão passou a ser minimizar a gravidade da situação e as providências precisam caminhar em direção à adaptação da sociedade ao novo contexto. Aprender a fazer mais com menos e cultivar novos padrões de consumo são lições importantes para a geração atual aprender e talvez o maior legado para as futuras gerações, já prejudicadas pelas ações de seus antepassados.
Justamente quando deveria acabar, a lacuna entre discurso e prática se mostra mais evidente. Governos, é essencial adotar medidas imediatas, como a criação de restrições quanto às altas emissões, a imposição obrigatória de gases de efeito estufa, o incremento de áreas verdes, o desestímulo ao automóvel, planejamento urbano, estímulo às fontes alternativas de energia, entre outros inúmeros ingredientes que possam garantir mais qualidade ambiental (e vida) no planeta.Com a receita em mãos, o próximo passo é arregaçar as mangas.
Autor: Fernando de Barros 
Fernando de Barros é engenheiro civil, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental, mestre em Engenharia de Edificações e Saneamento e responsável técnico da Master Ambiental
Fonte:  Master Ambiental



loading...

- Alerta Vermelho: Concentração De Gases De Efeito Estufa Atinge Novo Recorde
Concentração de gases de efeito estufa na atmosfera atinge novo recorde. A concentração de gases de efeito estufa na atmosfera atingiu novo recorde em 2013, devido a crescentes níveis de dióxido de carbono, anunciou hoje (9), em Genebra, a...

- Afinal, Somos Todos Poluidores? Fernando De Barros
É muito comum que as pessoas não reconheçam suas próprias atividades como fontes de poluição. Quando se trata de uma atividade empresarial também, a primeira reação é geralmente afirmar “eu não poluo, eu não gero impacto”.Mas, será...

- Se Mundo Não Agir, Mudança Climática Poderá Matar 100 Milhões Até 2030
Custo para adotar uma economia de baixo carbono é estimado em cerca de 0,5% do PIB mundial  Mais de 100 milhões de pessoas vão morrer e o crescimento econômico global será reduzido em 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030 se o mundo...

- Cientistas Assinam Manifesto Para Pedir Redução De Emissões De Gases Poluentes
Pesquisadores receiam que temperatura média do planeta atinja a marca de 2ºC/Foto: \< Quarenta cientistas especializados em mudanças climáticas assinaram um manifesto para pedir aos países desenvolvidos que reduzam suas emissões de gases de...

- Estreia Hoje: «o Dia Depois De Amanhã»
A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza considera que o filme do realizador Roland Emmerich - “O dia depois de amanhã” que hoje estreia nos ecrãs de muitos cinemas em Portugal, pode ser uma importante forma de sensibilização...



Sustentabilidade








.