Sustentabilidade
A vida é sugada pela actividade profissional intensa
“As empresas estão a obrigar as pessoas a estar demasiadas horas no trabalho”, alerta Pedro Afonso.
"Actualmente vivemos um paradoxo: à medida que vão surgindo novas tecnologias que deveriam facilitar a nossa vida temos cada vez com menos tempo para o lazer. O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas esgotam a sua energia no trabalho e chegam a casa cansadas, sem tempo e sem energia para si próprios ou para cuidar dos filhos. E, depois, há sempre um preço a pagar. O tempo que dedicamos ao trabalho tem que ser gerido."As novas tecnologias, criadas para facilitar o trabalho, estão a obrigar os trabalhadores a estarem mais tempo ligados ao trabalho, o que baixa a produtividade e conduz a doenças psíquicas, alerta o psiquiatra Pedro Afonso, autor de "Quando a mente adoece", numa entrevista ao Capital Humano do ETV que é emitida hoje.
Cerca de 25% dos portugueses estão deprimidos, somos o terceiro país do mundo no consumo de antidepressivos. Porquê?
A vida é como que sugada pela vida profissional intensa. Tem que ser feita uma gestão inteligente do investimento profissional que não pode ser incompatível com ter uma vida pessoal que garanta bem-estar. Actualmente vivemos um paradoxo: à medida que vão surgindo novas tecnologias que deveriam facilitar a nossa vida temos cada vez com menos tempo para o lazer. O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas esgotam a sua energia no trabalho e chegam a casa cansadas, sem tempo e sem energia para si próprios ou para cuidar dos filhos. E, depois, há sempre um preço a pagar. O tempo que dedicamos ao trabalho tem que ser gerido. A permanência prolongada no local de trabalho, leva a uma diminuição da produtividade.
As empresas estão a gerir de uma forma pouca inteligente a produtividade, obrigando as pessoas a estar demasiadas horas no local de trabalho, o que não é produtivo. É importante que haja pausas ao longo do dia de trabalho e repartição das férias. Não se deve concentrar as férias todas no mesmo período. As pontes, por exemplo, são retemperadoras. Houve uma caça às bruxas de pontes e feriados e isso não é sinal para aumentar a produtividade. O que tem custos muitos elevados para as empresas e para o sistema nacional de saúde.
Um relatório divulgado, no passado, revelava que, muitas vezes, as pessoa têm uma doença ligeira, que se instala, uma depressão ligeira ou ansiedade, que não impede de trabalhar mas compromete a produtividade e que se arrasta durante meses. Temos que estar atentos para nos mantermos saudáveis e felizes no trabalho.
Não vivemos para trabalhar, trabalhamos para viver?
Mas também temos que ter tempo para o lazer e para não pensar em nada. Actualmente há um sentimento de culpa por não se fazer nada. Mas é importante termos esses períodos em que não fazemos nada. Momentos que os ingleses designam de ‘wondering mode', e que o cérebro necessita. O que pode passar por andarmos a pé, de bicicleta, ou apenas vaguear pelas ruas. Esses são os momentos em que organizamos o pensamento e que muitas vezes temos as melhores ideias.
Portugal tem também um problema de défice de sono acumulado?
Temos a tentação de esticar o dia. À medida que vamos prolongando o dia do trabalho, encurtamos as horas de sono. Precisamos de dormir um número mínimo de horas: sete ou oito dependendo das pessoas. Por exemplo nos EUA, em dez anos, diminuiu uma hora o tempo médio de sono.
Aponte três sinais de alerta e três medidas de prevenção para evitar cair na doença.
Um sinal de alerta é quando as pessoas estão insatisfeitas com o trabalho, mudam de empresa continuam insatisfeitos. Se a pessoa se sente cansada durante as férias e depois do fim-de-semana, podem ser sinais que indiciam doença, assim como andar sempre desmotivados. Isso é uma espécie de dor psíquica que é um sinal de alarme que há qualquer coisa que não está bem na nossa vida. Quanto a conselhos: devem manter-se hábitos regulares de sono, respeitar o descanso. Criar momentos de lazer na sua vida quotidiana e manter contactos com a família e amigos.
É também essencial fomentar a comunicação presencial com a família, com os filhos e amigos. Em vez de enviar um ‘sms' ou telefonar, deve ir ter com as pessoas. Depois deve ter contenção na utilização de mensagens electrónicas e telemóvel. Não deve responder logo, deixe para o dia seguinte. Não podemos deixar-nos inundar por solicitações que muitas vezes nos desgastam e nos podem conduzir a uma doença psiquiátrica.
Fonte: Económico
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