Sustentabilidade
A sustentabilidade do clima organizacional- Roberta Valença
Ao ler notícias sobre o Programa de Voluntariado da Copa 2014, onde a falta de transparência foi absoluta desde o processo de seleção, as dezenas etapas e a entrega das credenciais geraram inúmeros desencontros de informações. Alguns que se inscreveram para serem voluntários foram erroneamente cadastrados no programa “Quero Vestir a Camisa” que, diferentemente do primeiro, seriam remunerados para atuarem na venda de bebidas e lanches durante as partidas.
Já há relatos de processos trabalhistas após o término do evento. Esses conflitos serão somados a números espantosos, de acordo com dados da Pastore Advogados. O relatório do Conselho Nacional de Justiça mostra que tramitaram sete milhões de ações em 2013, sendo 3,8 milhões de casos novos e 3,2 milhões já existentes.
Para combater isso, o número de juízes, funcionários e o próprio orçamento da Justiça do Trabalho cresceram nos últimos anos. Em 2012, o total de servidores aumentou 15%, a maioria de concursados e efetivos, o que revela o bom nível de qualificação. O Brasil tem oito juízes por 100 mil habitantes e está acima da média internacional. Entretanto, o número de processos aumenta mais do que o quadro de servidores e a própria eficiência deles. A produtividade cresceu cerca de 3% ao ano, o que é admirável, mas o número de ações subiu para 6%, somando-se a um acúmulo histórico que entope os tribunais.
As informações mostram de forma clara que há algo errado. O que motiva o funcionário a entrar com um processo contra seu empregador? Salvo em alguns casos onde o empregado age de má fé, normalmente as ações trabalhistas têm origem emocional e ocorrem por falta de gestão de pessoas. E, claro, essa não é uma função somente da área de Recursos Humanos, mas de todo gestor.
Quantas vezes vemos o RH ser refém do dono da empresa quando, na verdade, deveria ser parte estratégica para a empresa – afinal, as pessoas são parte vital da organização. Sustentabilidade das relações de trabalho passa pela compreensão do setor pelo proprietário da organização, certo?
Nem tanto! Não podemos ficar esperando o dono ter essa noção para podermos sugerir algo. Quando isso acontece, a primeira postura do RH é encontrar pessoas interessadas em fazer mudanças para o bem – e elas existem em quaisquer áreas, basta procurá-las. Pode ser um papo despretensioso no café ou alguma manifestação diante de um problema específico na empresa. Lembrando apenas que pessoas comprometidas e que gostam de seu trabalho sempre estão atentas!
Quando acontece o encontro entre vontade e competências chega-se a lugares inesperados. Não há soluções melhores do que as propostas por pessoas que estão na linha de frente e que deparam com os problemas todos os dias. Colaboradores bem orientados, ouvidos e engrandecidos pela empresa e que se sentem fundamentais em suas áreas são mais produtivas, criativas e empolgadas para enfrentar os desafios e, principalmente, se mantêm na corda bamba do cotidiano, pois em nosso século o equilíbrio é saber gerenciar o caos.
Diante disso, vocês acham que haverá passivo trabalhista? Se houver preocupação na comunicação e no gerenciamento de conflitos, alguém se sentirá à vontade de processar o empregador? Afinal, pessoas e empresas estão em um processo evolutivo e sempre há erros – a diferença está em perceber e repará-los de forma transparente.
Este é um desafio para o RH, pois o setor é a engrenagem para gerenciar de forma sustentável o clima organizacional. Acredito que mostrando em números o que a empresa deixou de gastar em passivo trabalhista, terão nas mãos motivos de sobra para mostrarem como são estratégicos. Afinal, é melhor prevenir do que indenizar! ( Roberta Valença*)
*Roberta Valença é CEO da Arator, consultoria de gestão e educação para sustentabilidade com inovação [email protected]
Fonte: NBpress comunicação
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