A ética das invasões biológicas: a ecologia e ética do colonialismo
Sustentabilidade

A ética das invasões biológicas: a ecologia e ética do colonialismo


Não conhecem leis nem fronteiras e causam, por todo o mundo, prejuízos superiores a cinco por cento do PIB global. As plantas invasoras estão a multiplicar-se cada vez mais depressa. Mas em Portugal já têm cadastro. Portugal está mais susceptível a invasões biológicas, com prejuízos graves para a economia e para a saúde. O alerta é das biólogas Helena Freitas, Elizabete Marchante e Hélia Marchante, autoras de um novo guia sobre as plantas que ameaçam o território continental. O "Guia Prático para a Identificação de Plantas Invasoras de Portugal Continental" é lançado na próxima terça-feira, dia 28 de Abril de 2009, às 17 horas no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC). A apresentação do livro, especialmente pensado para o público em geral, contará ainda com a presença de João Loureiro, do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), e de Jorge Paiva, do Departamento de Botânica da UC, que explicarão por que é que as invasões biológicas devem ser uma preocupação política e científica. 
Segundo Helena Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia, Portugal está sob "grave risco" de invasões biológicas, com consequências para a economia nacional e para a saúde pública. De resto, um estudo publicado esta semana na revista Frontiers in Ecology and the Environment, citado pelo jornal Público, refere que só na Europa são gastos 10 mil milhões de euros no combate às espécies invasoras. Ao nível mundial, o Global Invasive Programme (GISP) estima que o prejuízo causado por estas plantas ascenda ao equivalente a 5 por cento do PIB global. "Entre as plantas invasoras que suscitam mais preocupação estão as acácias (a mimosa, por exemplo), o chorão-das-praias, a erva-das-pampas (ou penacho), a háquea-picante e o jacinto-de-água (na figura), mas há certamente mais", reconhece Elizabete Marchante, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. Para a bióloga, "uma das grandes dificuldades associada ao problema das invasões biológicas é que cada pessoa, não consciente do problema, pode contribuir para o agravar, quer introduzindo novas espécies (intencional ou acidentalmente), quer utilizando espécies invasoras nas suas actividades profissionais ou mesmo no seu jardim. É fundamental investir nesta divulgação, pois só reconhecendo as espécies invasoras é que se pode evitar a sua utilização". As plantas utilizadas na decoração são elas próprias, frequentemente, espécies de risco. "Estas espécies podem vir de qualquer local do mundo. Chegam acidentalmente, por exemplo através de sementes misturadas com mercadorias, mas também intencionalmente, por exemplo para o mercado ornamental", explica Elizabete Marchante. Nem todas as plantas exóticas são nocivas, sublinha Helena Freitas. Contudo, como explica o guia, algumas destas espécies "além de superarem as barreiras geográficas, conseguem superar barreiras bióticas e abióticas", podendo tornar-se numa "ameaça para os ecossistemas naturais, para a produção de alimentos e, mesmo, para a saúde humana e para a própria economia". 

  Lista de bibliografia compilada por Timothy C. Weiskel (mais detalhada aqui)



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