6 factos chocantes sobre a indústria pesqueira
Sustentabilidade

6 factos chocantes sobre a indústria pesqueira



Fonte: Steve Trewhella
Longe vão os dias em que se lançava o isco à água e se esperava que o peixe mordesse. Às vezes, o que o mar dava nem para uma refeição chegava. Contudo, o crescimento da indústria pesqueira trouxe uma nova realidade – viciosa e brutal, tanto para os animais como para os humanos.
Os peixes criados em aquaculturas são sujeitos a vidas pouco agradáveis e os peixes que vivem em liberdade são pescados em quantidades exorbitantes e enfrentam mortes inumanas. Até os humanos são escravizados para lhe pôr o camarão na mesa de jantar, refere o Tree Hugger. Conheça alguns dos factos chocantes sobre a indústria pesqueira.
1.       Os navios pesqueiros são essencialmente navios de guerra
Os navios de pesca estão actualmente equipados com radares, ecolocalizadores, GPS, sistemas de navegação electrónicos e imagens satélites da temperatura dos oceanos para identificar os cardumes de peixe. Com estes equipamentos de navio de guerra, os peixes não têm qualquer hipótese de sobreviver.
2.       A quantidade de peixe pescado em excesso é assustadora
Por cada quilo de camarão pescado, 25 quilos de outros animais são pescados desnecessariamente para que o camarão possa ser retirado das águas. Para pescar um animal marinho específico, é quase sempre obrigatório pescar outros animais, que vêm presos nas redes. Assim, a quantidade de peixe pescado em excesso é exorbitante. A pesca de camarão é das piores práticas, já que 80 a 90% do que vem nas redes não é camarão. Apesar de este tipo de marisco contabilizar apenas 2% do total da indústria por peso, a sua pesca é responsável por 33% da pesca global em excesso.
3.       Se comprar camarão da Tailândia está a suportar o trabalho escravo
Um relatório publicado recentemente no jornal britânico Guardian revela a extensão chocante do trabalho utilizado na produção de camarão tailandês. Seres humanos são comprados e vendidos, e mantidos em embarcações durante meses. Os relatos falam em turnos de 20 horas, torturas, espancamentos, mortes em estilo de execução e na ingestão forçada de metanfetaminas para combater o cansaço. Estes navios produzem refeições de peixe feitas de sobras, de peixes juvenis ou peixes não comestíveis, que são utilizados para alimentar os camarões de viveiro. Estes, posteriormente, são vendidos nas superfícies comerciais de todo o mundo.
4.       O atum é pescado através dos muito controversos “dispositivos flutuantes de agregação”
O atum vive em águas livres e, como tal, é atraído por grandes dispositivos flutuantes, já que os animais pensam que se trata de uma possível fonte de alimento. Contudo, estes dispositivos são utilizados pelas embarcações para atrair o atum e facilitar a sua pesca.
5.       Do oceano ou de viveiro? Nenhuma opção é a melhor
Os peixes de viveiro estão sujeitos a viver em águas poluídas, amontoados ao ponto da canibalização, a deficiências nutricionais e a piolhos do mar. Actualmente, não existem requisitos legais para o abate de peixe. Os peixes que vivem no alto mar são pescados com redes que podem ter quilómetros de extensão e onde ficam sempre presas outras espécies, além das pretendidas. A pesca de arrasto é o equivalente à desflorestação e as redes de cerco, que encurralam cardumes inteiros de peixe, estripam muitos no processo.
6.       A população de cavalos-marinhos diminuiu 50% em cinco anos
Os cavalos-marinhos são uma espécie de animal marinho que serve de indicador, representando a saúde geral dos ecossistemas dos oceanos. Contudo, a sua população foi reduzida a metade nos últimos cinco anos. Embora não sirvam de alimento para a maior parte dos países, os cavalos-marinhos ficam presos nas redes de arrastos e são assim pescados. Todos os anos, 150 milhões de cavalos-marinhos são pescados para serem utilizados na medicina tradicional chinesa. Outro milhão adicional é pescado e seco para servir de decoração. Outro milhão é ainda pescado para aquários, apesar da sua baixa taxa de sobrevivência – menos de 0,1% sobrevive às primeiras seis semanas de vida.
Fonte Greensavers, 21 de Julho de 2014



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